terça-feira, 1 de setembro de 2015

Como ajudar uma criança com autismo a ler e escrever

Muitos pais enviaram perguntas sobre a estimulação de leitura e escrita no quarto. Você pode trabalhar qualquer habilidade, inclusive de leitura e escrita, quando sua criança estiver motivada e envolvida em uma interação social no quarto. Por exemplo, se sua criança gostar de:
  • CócegasComo ajudar uma criança com autismo a ler e escrever?
  • Leitura
  • Passear de cavalinho
  • Canções
  • Vozes divertidas e atividades de imaginação
  • Dinossauros
Quando você estiver em uma atividade interativa utilizando qualquer um destes interesses acima, espere até que sua criança esteja realmente motivada e conectada, antecipando já com muita expectativa o clímax da parte mais divertida da atividade. Este é o momento ideal para solicitar algo na área das letras ou números, levando em conta o estágio de desenvolvimento de cada criança/adulto.
Como um exemplo, estou passeando com a criança no colo pelo quarto todo. Eu posso dar duas ou três voltas sem pedir nada para ela (fazendo pequenas pausas entre cada volta para aumentar ainda mais a expectativa). Quando eu perceber que a criança já está bem motivada (talvez apresente maior contato visual, expressão facial animada, sorridente, etc), eu posso solicitar que ela escreva a letra P no seu “bilhete de passear”, ou que ela faça um círculo em volta da figura de um cavalo (se eu estiver fingindo carregá-la como um cavalinho).
Em um outro exemplo, minha criança está interessada em dinossauros e eu estou fingindo ser um tiranossauro rex que a persegue pelo quarto. Eu pego um número 5 de plástico e digo que vou dar cinco passos gigantes de tiranossauro rex para pegá-la. Eu dou os 5 passos e faço rugidos de dinossauro. Daí eu digo que posso dar 7 passos gigantes para pegá-la. Peço que ela pegue o número 7 de plástico e o dê para mim antes de dar os passos. Eu ajusto a minha solicitação de acordo com o estágio de desenvolvimento de minha criança. Por exemplo, eu tenho 6 bolas de pingue-pongue e minha criança está interessada na atividade com o tema do tiranossauro rex. Eu posso fingir que as 6 bolas são ovos de dinossauro e que se ela estiver perto dos ovos o dinossauro vai rugir, persegui-la e fazer cócegas nela. Depois de fazer isso uma ou duas vezes sem demandar nada da criança para ajudá-la a ficar ainda mais motivada, eu posso pedir que ela divida os ovos por 2, por 3, etc.
É claro que os interesses e motivações de cada criança ou adulto serão diferentes. E o estágio de desafio a ser trabalhado com cada criança em relação a letras, números, escrita e leitura também será diferente. É por isso que é tão importante seguir as motivações de sua criança e entender que em muitas ocasiões talvez a sua criança não esteja interessada na atividade que você está propondo.
INTERAÇÃO, CONEXÃO E O RELACIONAMENTO ENTRE VOCÊS DOIS É MAIS IMPORTANTE DO QUE LETRAS, NÚMEROS E LEITURA. É POR ISSO QUE SUGIRO QUE VOCÊ SE CONCENTRE PRIMEIRO EM: CONTATO VISUAL, COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO VERBAL, ATENÇÃO COMPARTILHADA, FLEXIBILIDADE, JOGO SIMBÓLICO, HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS.
Se você se concentrar nas habilidades acadêmicas muito cedo, isso pode levar a uma experiência de frustração tanto para você como para sua criança. Se ela ainda não apresenta o grau de concentração necessário para facilmente aprender o conteúdo, a experiência não será divertida para ela e você se tornará menos atraente por forçar que ela faça algo.
Conforme sua criança aprenda a se envolver mais nas interações e a interagir com pessoas por períodos maiores, ficará cada vez mais fácil para ela aprender qualquer coisa, inclusive números e letras.
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