A apresentação da depressão infantil varia conforme a fase do desenvolvimento no qual a criança está. Saiba como identificá-la e as formas de tratamento.
>>Depressão infantil cresce e preocupa especialistas
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Sintomas
Em qualquer idade
— Isolamento, tristeza, choro excessivo, problemas com o sono, dores de cabeça insistentes, obesidade ou falta de apetite podem ocorrer em todas as faixas etárias em casos de depressão.
— Atenção a mudanças bruscas de comportamento.
— Para se caracterizar como deprimida, o paciente tem de apresentar os sintomas por, pelo menos, duas semanas seguidas.
De 0 a 6 anos
— Não há consenso de que a depressão possa atingir também os bebês, mas alguns estudos falam em sintomas como rosto sem expressão, falta de apetite, dificuldade para adquirir peso, insônia, rejeição ao contato humano, choro insistente ou falta de choro, diminuição de movimentos e atraso no desenvolvimento da linguagem.
— Nos maiores, falta de amigos e coordenação motora atrasada.
— Geralmente, essas reações estão associadas ao abandono ou abuso.
De 7 a 13 anos
— Esta é a fase em que já conseguem se expressar. O depressivo perde o interesse por atividades que gostava de desenvolver, como esportes ou brincadeiras, se diz triste e infeliz.
— Pode desenvolver doenças associadas, como úlcera e gastrite, e reclamar de muitas dores (barriga, cabeça e enjoo).
— Choro com facilidade, baixa autoestima, irritabilidade e cansaço.
— Baixo rendimento escolar.
De 14 a 18 anos
— Alteração do humor, ansiedade, agressividade, autoestima baixa, relacionamento social distante.
— Forte sentimento de culpa, falta de apetite e dificuldade de concentração.
— Medo, insegurança, sentimento de fracasso, achar que a vida não tem sentido.
— Uso de drogas ou álcool.
Como tratar
— Abordagens lúdicas que se utilizam de brinquedos, desenhos e histórias são muito úteis em crianças pequenas ou naquelas que têm dificuldade em verbalizar seu sofrimento. Já adolescentes podem se beneficiar de terapias verbais, diz o psiquiatra Miguel Boarati do Hospital das Clínicas de São Paulo.
— Os pais devem se envolver com o tratamento proposto, seja psicoterapia, medicação, grupo de orientação para pais e terapia de família, além de tratar o assunto de maneira atenta e direta, evitando o preconceito e a culpa.
— Remédios em crianças são usados por um período entre seis meses e um ano, mas a prioridade é tentar o tratamento com psicoterapia.
— Os pais devem evitar insistir para que a criança fique bem. Se houver uma sobrecarga, a recomendação é aliviar, pois se ela estiver depressiva não conseguirá mudar a postura sob pressão.
— É preciso dosar o excesso de cobranças e o perfeccionismo no processo de ensino. Crianças que crescem em ambientes de muita cobrança e pouca recompensa estão mais sujeitas a deprimir.
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