Usando lenços, eles fizeram surpresa na escola em Pará de Minas.
Diretor disse que iniciativa foi deles e que não sabia de nada.
Uma escola que ensina valores, além do aprendizado das grades curriculares. É dessa instituição, em Pará de Minas, que fazem parte os 30 alunos que, na semana passada, emocionaram uma professora de matemática, ao aparecerem com as cabeças raspadas e de lenços. A surpresa foi em solidariedade a ela, que há meses está afastada das salas de aula para tratar um câncer.
Os alunos contaram ao G1 como a equipe planejou a homenagem. Contudo, a direção da escola achou melhor não divulgar o nome da professora e por issoa, a identidade foi preservada.
Marcos Francisco é do 2º ano e tem 16 anos. Partiu dele a iniciativa de convidar os colegas a rasparem as cabeças. "Soubemos da notícia do tratamento da doença através de outra professora e como nós temos muita intimidade com ela e é muito querida, chamei meus amigos para prestarem essa homenagem e eles gostaram da ideia. Combinamos um dia e todos nós raspamos juntos”, contou.
Alice Biscardi, de 17 anos, fez parte da organização do café para a professora. Segundo ela, há dias os colegas pensavam em uma forma de demonstrar apoio à professora. “Assim que soubemos que ela iniciou essa fase de tratamento procuramos alguma coisa para fazer, a fim de demonstrar o nosso apoio. Assim, fizemos essa surpresa. Compramos tudo, organizamos e todas as meninas combinaram de ir no dia com lenços amarrados na cabeça”, disse.
Os alunos contam que, no dia do café, foi difícil segurar a emoção. Antes da chegada da professora, todos se esconderam e em seguida aparecerem de toucas. “Assim que vimos ela, um a um foi tirando a touca da cabeça. Foi emocionante demais. Gostamos muito dela e esperamos que ela retorne bem, o mais breve possível”, disse Marcos.
“O que mais queríamos é mostrar para a professora que estamos juntos com ela. Além de professora e muito querida, ela é nossa amiga”, destacou Alice.
Segundo o diretor do Colégio Berlaar, Paulo Evandro, a iniciativa surpreendeu a todos. Nem ele sabia o que estava sendo organizado. “Fui procurado pelos alunos a fim de liberar a organização de um café com a professora. É claro, fiz o convite a ela e até aí eu não sabia de nada. Comecei a ver nos dias seguintes, um ou outro aluno de cabeça raspada, mas pensei que era algo comum, afinal é época de vestibular e essa prática de raspar a cabeça quando são aprovados é normal. Não suspeitei que seria uma homenagem. A iniciativa e tudo foi pensado por eles. Fiquei tão surpreso quanto a todos”, disse.
Para ele, a atitude mostra que o papel da escola em trabalhar valores com cada adolescente tem se cumprindo. “Somos uma escola que trabalha valores e isso foi uma comprovação de tantos anos de trabalho. É uma comprovação clara de que além do aprendizado, eles têm também deixado aflorar valores tão importantes na formação de cada um”, finalizou.
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