O que é Síndrome do Pânico ?
A Síndrome do Pânico é um transtorno psicológico caracterizada pela ocorrência de inesperados ataques de pânico e por uma expectativa ansiosa sobre a possibilidade de ter novos ataques.
Os ataques de pânico - ou crises de pânico - consistem em períodos de intensa ansiedade, geralmente com início súbito e acompanhados por uma sensação de catástrofe iminente.
Há crises de pânico mais completas e outras menores, com poucos sintomas. As crises de pânico apresentam pelo menos quatro destes sintomas:
Taquicardia, dificuldade de respirar, formigamento, vertigem, tontura, dor ou desconforto no peito, boca seca, tremores, náuseas, desconforto abdominal, perda do foco visual, sudorese, ondas de calor ou frio, sensação de irrealidade, despersonalização, sensação de iminência da morte.
A frequência das crises varia de pessoa para pessoa e a duração é variável, podendo ir de alguns minutos até algumas horas. Neste estado a pessoa costuma apresentar alguns pensamentos catastróficos como o de que está perdendo o controle, que vai desmaiar, que está enlouquecendo ou que vai morrer.
Geralmente as crises de pânico se iniciam a partir de um susto em relação a alguma sensação do corpo. As sensações disparadoras podem ser variadas, desde uma alteração nos batimentos cardíacos, uma sensação de perda de equilíbrio, tontura, falta de ar, alguma palpitação diferente ou um tremor, por exemplo.
A partir deste susto inicial, surge na mente da pessoa uma série de "pensamentos ruins", com interpretações catastróficas sobre o que está ocorrendo, produzindo um movimento crescente de ansiedade que leva a pessoa a um estado de desespero e pânico.
No período entre as crises a pessoa costuma apresentar sintomas de ansiedade antecipatória.
Ansiedade Antecipatória
Uma das características da Síndrome do Pânico é a pessoa viver com muita ansiedade, na expectativa constante de ter uma nova crise. Este processo, denominado ansiedade antecipatória, leva muitas pessoas a evitarem certas situações e a restringirem suas vidas a um mínimo de actividades.
Podem ocorrer reacções fóbicas secundárias, geralmente relacionadas às situações nas quais a pessoa teve as primeiras crises (no elevador, dirigindo, passando por um determinado lugar, etc). A partir daí, a pessoa passa a associar essas situações às crises. Com o tempo, os sintomas do Pânico tendem a ocorrer em outras situações também, mas é muito comum a pessoa continuar a temer situações específicas, que acentuariam o estado de ansiedade, desencadeando novas crises.
Há uma classificação diagnostica de Síndrome do Pânico com e sem agorafobia. A agorafobia é um estado de ansiedade relacionado a estar em locais ou situações onde escapar ou obter ajuda poderia ser difícil, caso a pessoa tivesse um ataque de pânico. Pode incluir várias situações como estar sozinho, estar no meio de multidão, estar preso no trânsito, dentro do metro, estar parado sobre um viaduto, etc.
Frequentemente a pessoa precisa de alguém para acompanha-la e se sentir mais segura e acaba elegendo alguém como companhia preferencial. Este factor é muito importante para se compreender a dinâmica psicológica da Síndrome do Pânico.
O Surgimento da Classificação Diagnostica
A primeira classificação diagnostica oficial de Síndrome do Pânico ocorreu em 1980, com a publicação, pela Associação Americana de Psiquiatria, do DSM III (Diagnostic and Statistical of Mental Disorders, 3rd Edition), actualmente em sua quarta edição (DSM IV).
A Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) estando presente na Classificação Internacional de Doenças (CID 10).
A Síndrome do Pânico faz parte dos denominados transtornos de ansiedade juntamente com as fobias (fobia simples e fobia social), o stress pós-traumático, o transtorno obsessivo-compulsivo e a ansiedade generalizada.
Enquanto nas Fobias a pessoa teme uma situação ou um objeto específico fora dela, como por exemplo, fobia de altura ou fobia de lugares fechados, no Pânico a pessoa teme o que ocorre no seu próprio corpo; é para essas reacções que se volta a atenção, como deflagradores das crises de Pânico.
QUESTÕES ESSENCIAIS
O Medo das Sensações do Corpo
A pessoa com pânico vive um profundo estranhamento em relação às suas sensações corporais, seu corpo é vivido como uma fonte constante de ameaça. A pessoa faz constantes interpretações equivocadas e catastróficas de suas sensações corporais, achando que vai ter um ataque cardíaco, que está doente, que vai morrer, etc. Há uma profunda falta de confiança no funcionamento do organismo e nas sensações que dele derivam. As crises muitas vezes se iniciam a partir de um susto em relação às sensações do próprio corpo.
A pessoa com Síndrome do Pânico vive ansiosamente o que poderia ser vivido como sentimentos diferenciados. Numa situação que poderia despertar alegria, a pessoa se sente ansiosa; numa situação que provocaria raiva ela também se sente ansiosa. Qualquer reacção interna ou sentimento mais intenso tende a despertar ansiedade.
Atenção sem Foco
A ansiedade é a emoção típica da expectativa de perigo, ela ocorre quando a pessoa se projecta numa situação futura sentida como ameaçadora: eu vou... isto vai acontecer comigo... Se a pessoa conseguir focar na situação presente, a ansiedade diminui. A pessoa com pânico vive tomada por graus variados de ansiedade e tem dificuldade de se sentir presente inteira no momento presente, vivendo como prisioneira do futuro.
O estado de ansiedade leva a automatismos no processo de atenção, que passa a se deslocar constantemente para o próprio corpo, monitorando qualquer sensação que possa indicar que algo está errado.A consciência é tomada por preocupações, pensamentos catastróficos e ruminações, com pouco domínio sobre o fluxo do pensamento. O enfraquecimento desta capacidade de controle voluntário da atenção está relacionado à dificuldade de concentração frequentemente relatada pelas pessoas com Pânico.
Aumentar a capacidade de controle sobre o foco de atenção e a capacidade de presentificação são pontos fundamentais do tratamento para diminuir a ansiedade.
Os Dois Processos de Regulação Emocional
O ser humano dispõe de dois processos básicos de regulação emocional: auto-regulação e regulação pelo vínculo.
Através do processo de auto-regulação emocional podemos regular o nosso próprio estado interno, nos acalmando, nos contendo, nos motivando, etc. Através do processo de regulação pelos vínculos, podemos influenciar reciprocamente a fisiologia e os afectos um do outro e assim podemos nos acalmar e nos regular nos relacionamentos com pessoas de confiança. Os dois processos são normais, necessários e importantes ao longo de toda a vida.
Nas pessoas que desenvolvem Síndrome do Pânico encontramos problemas nestes dois processos, tanto uma precária capacidade de auto-regulação como uma fragilidade nos processos de regulação pelos vínculos.
Tomada pela ansiedade nas crises, mas também num grau menor no período entre as crises, a pessoa com pânico não sabe como apagar o fogo que arde dentro de si . Daí a importância de desenvolver bem os processos de auto-regulação e de regulação pelo vínculo.
A Capacidade de Auto-Regulação
A qualidade da relação com a própria excitação interna começa a se moldar nas experiências precoces de vida. Inicialmente a mãe ajuda a regular o corpo da criança até que o corpo um pouco mais maduro possa se auto-regular. Observa-se que nas pessoas com Síndrome do Pânico esta função não está bem desenvolvida e a pessoa sente-se facilmente ansiosa e vulnerável frente as reacções que dominam o seu corpo.
É comum, por exemplo, as pessoas com Pânico terem tido mães emocionalmente hiper-reativas, que ao invés de acalmarem a criança, a deixavam mais assustada a cada pequeno incidente que acontecia, como um tropeção, um resfriado ou um simples machucado.
Diversas experiências de vida podem dificultar o desenvolvimento da capacidade de auto-regulação, levando a pessoa a sentir-se impotente frente às próprias reacções internas e assim tornando-se mais vulnerável a desenvolver futuramente transtornos ansiosos como a Síndrome do Pânico.
Muitas pessoas com Pânico costumam solicitar a presença constante de alguém para que se sintam mais seguras. Buscam compensar a sua dificuldade de auto-regulação através de uma precária regulação pelo vínculo.
Níveis de Vínculo: Contacto e Conexão
Quando duas pessoas estão conversando, elas estão em contacto, mas não necessariamente em conexão. Contacto é uma interacção de presença, que pode ser superficial, enquanto conexão é uma ligação profunda que ocorre mesmo quando as pessoas estão distantes. Duas pessoas podem estar em contacto, conversando, mas com baixíssima conexão, como numa situação social formal. Por outro lado, duas pessoas podem estar distantes, e, portanto sem contacto, mas se sentirem conectadas.
Esta distinção entre contacto e conexão é muito importante para compreender o que ocorre na situação que produz as crises de pânico. Quando tem uma crise de pânico, a pessoa perde a conexão com os outros . A desconexão é um dos factores importantes para desencadear uma crise de pânico.
As pessoas com pânico geralmente conhecem as sensações de estar "ausente", meio fora da realidade, se sentindo distante mesmo de quem está ao lado.
Regulação pelo Vínculo
Muitas pessoas relatam que quando estão juntas de alguém querido, confiável, tendem a não ter crises de Pânico. Porém, isto é verdadeiro somente enquanto elas se sentem conectadas com esta pessoa. Quando a outra pessoa está ao lado, portanto em contato, mas sem conexão emocional , a crise de Pânico pode se instalar do mesmo modo.
A conexão com o outro pode prevenir as crises por oferecer certa proteção vincular, a garantia de um vínculo que protege contra a sensação de desamparo, que desencadearia a crise.
A outra pessoa funciona como um "assegurador do funcionamento normal do corpo" da pessoa com pânico. Na ausência da conexão com o outro, o corpo poderia se desregular e a sensação de pânico, eclodir.
A regulação pelos vínculos ocorre, por exemplo, quando a mãe acalma a criança assustada, pegando-a no colo, dirigindo-lhe palavras num tom de voz sereno, ajudando deste modo a diminuir a ansiedade e a agitação do corpo da criança. Este processo envolve o estabelecimento de um vínculo com uma comunicação profunda de estados emocionais. Demanda conexão e não apenas contacto.
Geralmente as pessoas que desenvolvem Pânico tiveram experiências vinculares traumáticas, que podem envolver perdas, rompimentos, traições ou abandono. Estes traumas prejudicaram a capacidade da pessoa estabelecer e manter conexões emocionais profundas, factor essencial para a regulação emocional pelo vínculo.
Assim a pessoa pode algumas vezes se sentir protegida com a presença de alguém de sua confiança, mas acaba voltando ao estado de vulnerabilidade tão logo esta pessoa se afaste. Há uma precariedade na conexão vincular que torna-se inconstante e não se mantém com o afastamento.
O Desamparo
Há uma relação significativa entre o Pânico e as crises de ansiedade disparadas pelas situações de separação na infância. Uma boa parte das pessoas que desenvolvem Síndrome do Pânico não conseguiu construir uma referência interna do outro (inicialmente a mãe) que lhe propiciasse segurança e estabilidade emocional. Esta falta de confiança pode trazer, em momentos críticos, vivências profundas de solidão, desespero, desconexão e desamparo, disparando crises de pânico.
A experiência do Pânico é muito próxima do desespero atávico de uma criança pequena que se sente sozinha, uma experiência limite de sofrimento intenso, de sentir-se exposta ao devir, frágil, desprotegida, sob o risco do aniquilamento e da morte.
As pessoas com Síndrome do Pânico sofrem com uma falta de conexão básica, falta de conexão e confiança nos vínculos e falta de conexão e confiança no corpo, o que leva a uma vivência insegura, com experiências de vulnerabilidade e desamparo.
No tratamento precisamos ajudar a pessoa a desenvolver a capacidade de auto-regulação e fortalecer a sua capacidade de regulação pelo vínculo para superar os estados de desamparo.
O TRATAMENTO
Objectivos Principais
Há algumas directrizes importantes para o tratamento da Síndrome do Pânico:
1 - Compreender o que é a Síndrome do Pânico, assumindo a atitude certa para lidar com a ansiedade e as crises.
Os sintomas do pânico são intoleráveis enquanto não compreendidos. A compreensão das reacções de ansiedade, do funcionamento das crises e dos pensamentos catastróficos permite a criação de uma atitude construtiva, superando o medo, o pavor e a confusão que acabam produzindo mais pânico.
2 - Desenvolver a capacidade de auto-regulação.
Desenvolvendo a capacidade de auto-regulação a pessoa aprende a influenciar os seus estados internos, diminuindo a incidência das crises e regulando os níveis de ansiedade, o que diminui sua vulnerabilidade à novas crises. Este processo é possível pelo aprendizado de técnicas de auto-gerenciamento.
Utilizamos um amplo repertório de técnicas de auto-gerenciamento que incluem trabalhos respiratórios, técnicas de direccionamento da atenção, fortalecimento da capacidade de concentração, técnicas visuais variadas (convergência binocular focal, percepção de campo, entre outras), técnicas de reorganização do tônus muscular, reorganização da forma somática, etc.
Estas técnicas de auto-gerenciamento ensinam à pessoa como influir sobre os seus estados internos, desenvolvendo a capacidade de auto-regulação.
Através do manejo voluntário dos padrões somático-emocionais que mantém o estado de pânico pré-organizado, podemos reorganizar e transformar estes padrões que mantém o gatilho do pânico armado, pronto para disparar novas crises.
Estas técnicas têm uma forte eficácia ao influenciar, por ação reversa, os centros cerebrais que desencadeiam as respostas de pânico, diminuindo o nível de ansiedade e a intensidade das crises.
3 - Modificar a relação com as sensações do próprio corpo.
Para ajudar na integração das sensações corporais - tão temidas pelas pessoas com pânico - utilizamos técnicas de auto-observação, com atenção dirigida e resignificação das sensações corporais. Exploramos as correlações entre as posturas somáticas e os estados psicológicos. Estes recursos ajudam na familiarização com as sensações do corpo, favorecendo a intimidade com a linguagem somática que acompanha a vida emocional.
4 - Desenvolver a capacidade de regulação emocional através dos vínculos.
Restabelecer a capacidade de se regular pelo vínculo envolve desenvolver a capacidade da pessoa estabelecer e sustentar conexões profundas e vínculos de confiança. Este processo vai permitir que a pessoa supere o desamparo que a mantém vulnerável às crises de Pânico.
Neste processo revemos a história de vida de relacionamentos, incluindo os traumas emocionais que possam ter comprometido a confiança e a potência vincular. Buscamos ajudar na reorganização dos padrões vinculares em direção a relações mais estáveis que possam permitir criar uma rede de vínculos e conexões mais profundas e estáveis, essenciais para a proteção das crises de Pânico.
5 - Elaborar outros processos psicológicos actuantes.
Abordamos os factores desencadeantes em diferentes níveis. Fazemos um levantamento dos factores stressantes que estavam presentes quando a Síndrome do Pânico começou, onde poderiam contribuir, por exemplo, ambientes e eventos stressantes.
Mapeamos possíveis crises existenciais e transições - mudanças de fases da vida, crises em relacionamentos, crises profissionais, etc - fatores que poderiam estar contribuindo para a emergência do pânico.
Num nível mais profundo buscamos investigar e trabalhar as memórias de experiências de vulnerabilidade - traumas - que poderiam estar se reeditando nas experiências atuais de pânico. Este processo envolve trabalhar com memórias implícitas , memórias emocionais não conscientes, relacionados à traumas da primeira infância ou mesmo traumas posteriores intensos. Estas memórias não conscientes continuam a agir ao longo da vida, produzindo grandes sofrimentos psicológicos. O acesso a estas memórias implícitas é possível pela atenção à comunicação não verbal - memória motora - e pela análise cuidadosa por parte do psicólogo, dos sentimentos que emergem no campo da relação terapêutica. É fundamental poder identificar e integrar estes diversos níveis de afectos não elaborados, pois eles originam estados internos de vulnerabilidade e desamparo que levam a pessoa ao Pânico.
Os melhores resultados são obtidos por um tratamento que contemple todos estes objetivos: a compreensão da resposta de pânico, o desenvolvimento da capacidade de auto-regulação, a modificação da relação da pessoa com o próprio corpo, desenvolvimento da capacidade de regulação pelo vínculo e a elaboração dos processos psicológicos que levaram ao Pânico.
Uma combinação destes objetivos é a melhor solução para um tratamento eficaz da Síndrome do Pânico.
Sobre a Medicação
Os remédios podem ser recursos auxiliares importantes para o controle das crises de pânico, trabalhando conjuntamente com a psicoterapia para ajudar na superação da Síndrome do Pânico.
Porém, há algumas ponderações sobre a sua utilização . Primeiro, é necessário ter claro que os remédios não ensinam nada. Eles não ensinam à pessoa como ela própria pode influenciar seus estados internos e assim a superar o sentimento de impotência que o pânico traz. Não ensinam a pessoa a compreender os sentimentos e experiências que desencadeiam as crises de pânico. E não ajudam a pessoa a perder o medo das reacções de seu corpo e a ganhar uma compreensão mais profunda de seus sentimentos. Os remédios - quando utilizados - devem ser vistos como auxiliares do tratamento psicológico.
Algumas pessoas optam por um tratamento conjugado de medicação e psicoterapia enquanto outras optam por tratar o pânico somente com uma psicoterapia especializada. Na psicoterapia especializada utilizamos técnicas de auto-gerenciamento – para manejar os níveis de ansiedade e controlar as crises – e ao mesmo tempo trabalhamos as questões psicológicas envolvidas. A opção mais precária seria tratar o pânico somente com medicação, visto que o índice de recaídas é maior quando há somente tratamento medicamentoso do que quando há também um tratamento psicológico. Os remédios mal administrados podem acabar mascarando por anos o sofrimento ao invés de ajudar a pessoa a superá-lo.
Atualmente é possível tratar a pessoa com Síndrome de Pânico sem a utilização de medicação e temos obtido bons resultados tanto com pessoas que estão paralelamente tomando medicação como com aquelas que preferem não tomar remédios.
Melhora: Um Horizonte Possível
Para uma pessoa ficar boa do Pânico não basta controlar as crises, é necessário integrar as sensações e sentimentos que estavam disparando as crises e assim superar o estado interno de desamparo.
A melhora advém quando a pessoa torna-se capaz de sentir-se identificada com seu corpo, capaz de influenciar seus estados internos, sentindo-se conectada com os outros à sua volta, podendo lidar com os sentimentos internos, se reconectando com os fatores internos que a precipitaram no Pânico e podendo lidar com eles de um modo mais satisfatório.
Superar a experiência da Síndrome do Pânico pode ser uma grande oportunidade de crescimento pessoal, de uma retomada vital e contemporânea do processo psicológico de vida de cada um.
ARTIGO CIENTÍFICO
Está acessível também um dos artigos publicados pelo Dr. Artur Scarpato sobre a Síndrome do Pânico. É um artigo técnico, voltado para profissionais, mas que está disponível a todos os interessados.
O estranho que me habita: a Síndrome do Pânico numa perspectiva formativa
COORDENAÇÃO
Artur Scarpato: Psicólogo Clínico (PUC SP). Trabalha há 16 anos em consultório particular com psicoterapia de adolescentes e adultos. Mestre em Psicologia Clínica pela PUC SP. Especialização em Psicologia Hospitalar pelo Hospital das Clínicas da F.M.U.S.P. e em Cinesiologia Psicológica pelo Instituto Sedes Sapientiae. Desenvolve há 14 anos um tratamento para Síndrome do Pânico.
A Síndrome do Pânico é um transtorno psicológico caracterizada pela ocorrência de inesperados ataques de pânico e por uma expectativa ansiosa sobre a possibilidade de ter novos ataques.
Os ataques de pânico - ou crises de pânico - consistem em períodos de intensa ansiedade, geralmente com início súbito e acompanhados por uma sensação de catástrofe iminente.
Há crises de pânico mais completas e outras menores, com poucos sintomas. As crises de pânico apresentam pelo menos quatro destes sintomas:
Taquicardia, dificuldade de respirar, formigamento, vertigem, tontura, dor ou desconforto no peito, boca seca, tremores, náuseas, desconforto abdominal, perda do foco visual, sudorese, ondas de calor ou frio, sensação de irrealidade, despersonalização, sensação de iminência da morte.
A frequência das crises varia de pessoa para pessoa e a duração é variável, podendo ir de alguns minutos até algumas horas. Neste estado a pessoa costuma apresentar alguns pensamentos catastróficos como o de que está perdendo o controle, que vai desmaiar, que está enlouquecendo ou que vai morrer.
Geralmente as crises de pânico se iniciam a partir de um susto em relação a alguma sensação do corpo. As sensações disparadoras podem ser variadas, desde uma alteração nos batimentos cardíacos, uma sensação de perda de equilíbrio, tontura, falta de ar, alguma palpitação diferente ou um tremor, por exemplo.
A partir deste susto inicial, surge na mente da pessoa uma série de "pensamentos ruins", com interpretações catastróficas sobre o que está ocorrendo, produzindo um movimento crescente de ansiedade que leva a pessoa a um estado de desespero e pânico.
No período entre as crises a pessoa costuma apresentar sintomas de ansiedade antecipatória.
Ansiedade Antecipatória
Uma das características da Síndrome do Pânico é a pessoa viver com muita ansiedade, na expectativa constante de ter uma nova crise. Este processo, denominado ansiedade antecipatória, leva muitas pessoas a evitarem certas situações e a restringirem suas vidas a um mínimo de actividades.
Podem ocorrer reacções fóbicas secundárias, geralmente relacionadas às situações nas quais a pessoa teve as primeiras crises (no elevador, dirigindo, passando por um determinado lugar, etc). A partir daí, a pessoa passa a associar essas situações às crises. Com o tempo, os sintomas do Pânico tendem a ocorrer em outras situações também, mas é muito comum a pessoa continuar a temer situações específicas, que acentuariam o estado de ansiedade, desencadeando novas crises.
Há uma classificação diagnostica de Síndrome do Pânico com e sem agorafobia. A agorafobia é um estado de ansiedade relacionado a estar em locais ou situações onde escapar ou obter ajuda poderia ser difícil, caso a pessoa tivesse um ataque de pânico. Pode incluir várias situações como estar sozinho, estar no meio de multidão, estar preso no trânsito, dentro do metro, estar parado sobre um viaduto, etc.
Frequentemente a pessoa precisa de alguém para acompanha-la e se sentir mais segura e acaba elegendo alguém como companhia preferencial. Este factor é muito importante para se compreender a dinâmica psicológica da Síndrome do Pânico.
O Surgimento da Classificação Diagnostica
A primeira classificação diagnostica oficial de Síndrome do Pânico ocorreu em 1980, com a publicação, pela Associação Americana de Psiquiatria, do DSM III (Diagnostic and Statistical of Mental Disorders, 3rd Edition), actualmente em sua quarta edição (DSM IV).
A Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) estando presente na Classificação Internacional de Doenças (CID 10).
A Síndrome do Pânico faz parte dos denominados transtornos de ansiedade juntamente com as fobias (fobia simples e fobia social), o stress pós-traumático, o transtorno obsessivo-compulsivo e a ansiedade generalizada.
Enquanto nas Fobias a pessoa teme uma situação ou um objeto específico fora dela, como por exemplo, fobia de altura ou fobia de lugares fechados, no Pânico a pessoa teme o que ocorre no seu próprio corpo; é para essas reacções que se volta a atenção, como deflagradores das crises de Pânico.
QUESTÕES ESSENCIAIS
O Medo das Sensações do Corpo
A pessoa com pânico vive um profundo estranhamento em relação às suas sensações corporais, seu corpo é vivido como uma fonte constante de ameaça. A pessoa faz constantes interpretações equivocadas e catastróficas de suas sensações corporais, achando que vai ter um ataque cardíaco, que está doente, que vai morrer, etc. Há uma profunda falta de confiança no funcionamento do organismo e nas sensações que dele derivam. As crises muitas vezes se iniciam a partir de um susto em relação às sensações do próprio corpo.
A pessoa com Síndrome do Pânico vive ansiosamente o que poderia ser vivido como sentimentos diferenciados. Numa situação que poderia despertar alegria, a pessoa se sente ansiosa; numa situação que provocaria raiva ela também se sente ansiosa. Qualquer reacção interna ou sentimento mais intenso tende a despertar ansiedade.
Atenção sem Foco
A ansiedade é a emoção típica da expectativa de perigo, ela ocorre quando a pessoa se projecta numa situação futura sentida como ameaçadora: eu vou... isto vai acontecer comigo... Se a pessoa conseguir focar na situação presente, a ansiedade diminui. A pessoa com pânico vive tomada por graus variados de ansiedade e tem dificuldade de se sentir presente inteira no momento presente, vivendo como prisioneira do futuro.
O estado de ansiedade leva a automatismos no processo de atenção, que passa a se deslocar constantemente para o próprio corpo, monitorando qualquer sensação que possa indicar que algo está errado.A consciência é tomada por preocupações, pensamentos catastróficos e ruminações, com pouco domínio sobre o fluxo do pensamento. O enfraquecimento desta capacidade de controle voluntário da atenção está relacionado à dificuldade de concentração frequentemente relatada pelas pessoas com Pânico.
Aumentar a capacidade de controle sobre o foco de atenção e a capacidade de presentificação são pontos fundamentais do tratamento para diminuir a ansiedade.
Os Dois Processos de Regulação Emocional
O ser humano dispõe de dois processos básicos de regulação emocional: auto-regulação e regulação pelo vínculo.
Através do processo de auto-regulação emocional podemos regular o nosso próprio estado interno, nos acalmando, nos contendo, nos motivando, etc. Através do processo de regulação pelos vínculos, podemos influenciar reciprocamente a fisiologia e os afectos um do outro e assim podemos nos acalmar e nos regular nos relacionamentos com pessoas de confiança. Os dois processos são normais, necessários e importantes ao longo de toda a vida.
Nas pessoas que desenvolvem Síndrome do Pânico encontramos problemas nestes dois processos, tanto uma precária capacidade de auto-regulação como uma fragilidade nos processos de regulação pelos vínculos.
Tomada pela ansiedade nas crises, mas também num grau menor no período entre as crises, a pessoa com pânico não sabe como apagar o fogo que arde dentro de si . Daí a importância de desenvolver bem os processos de auto-regulação e de regulação pelo vínculo.
A Capacidade de Auto-Regulação
A qualidade da relação com a própria excitação interna começa a se moldar nas experiências precoces de vida. Inicialmente a mãe ajuda a regular o corpo da criança até que o corpo um pouco mais maduro possa se auto-regular. Observa-se que nas pessoas com Síndrome do Pânico esta função não está bem desenvolvida e a pessoa sente-se facilmente ansiosa e vulnerável frente as reacções que dominam o seu corpo.
É comum, por exemplo, as pessoas com Pânico terem tido mães emocionalmente hiper-reativas, que ao invés de acalmarem a criança, a deixavam mais assustada a cada pequeno incidente que acontecia, como um tropeção, um resfriado ou um simples machucado.
Diversas experiências de vida podem dificultar o desenvolvimento da capacidade de auto-regulação, levando a pessoa a sentir-se impotente frente às próprias reacções internas e assim tornando-se mais vulnerável a desenvolver futuramente transtornos ansiosos como a Síndrome do Pânico.
Muitas pessoas com Pânico costumam solicitar a presença constante de alguém para que se sintam mais seguras. Buscam compensar a sua dificuldade de auto-regulação através de uma precária regulação pelo vínculo.
Níveis de Vínculo: Contacto e Conexão
Quando duas pessoas estão conversando, elas estão em contacto, mas não necessariamente em conexão. Contacto é uma interacção de presença, que pode ser superficial, enquanto conexão é uma ligação profunda que ocorre mesmo quando as pessoas estão distantes. Duas pessoas podem estar em contacto, conversando, mas com baixíssima conexão, como numa situação social formal. Por outro lado, duas pessoas podem estar distantes, e, portanto sem contacto, mas se sentirem conectadas.
Esta distinção entre contacto e conexão é muito importante para compreender o que ocorre na situação que produz as crises de pânico. Quando tem uma crise de pânico, a pessoa perde a conexão com os outros . A desconexão é um dos factores importantes para desencadear uma crise de pânico.
As pessoas com pânico geralmente conhecem as sensações de estar "ausente", meio fora da realidade, se sentindo distante mesmo de quem está ao lado.
Regulação pelo Vínculo
Muitas pessoas relatam que quando estão juntas de alguém querido, confiável, tendem a não ter crises de Pânico. Porém, isto é verdadeiro somente enquanto elas se sentem conectadas com esta pessoa. Quando a outra pessoa está ao lado, portanto em contato, mas sem conexão emocional , a crise de Pânico pode se instalar do mesmo modo.
A conexão com o outro pode prevenir as crises por oferecer certa proteção vincular, a garantia de um vínculo que protege contra a sensação de desamparo, que desencadearia a crise.
A outra pessoa funciona como um "assegurador do funcionamento normal do corpo" da pessoa com pânico. Na ausência da conexão com o outro, o corpo poderia se desregular e a sensação de pânico, eclodir.
A regulação pelos vínculos ocorre, por exemplo, quando a mãe acalma a criança assustada, pegando-a no colo, dirigindo-lhe palavras num tom de voz sereno, ajudando deste modo a diminuir a ansiedade e a agitação do corpo da criança. Este processo envolve o estabelecimento de um vínculo com uma comunicação profunda de estados emocionais. Demanda conexão e não apenas contacto.
Geralmente as pessoas que desenvolvem Pânico tiveram experiências vinculares traumáticas, que podem envolver perdas, rompimentos, traições ou abandono. Estes traumas prejudicaram a capacidade da pessoa estabelecer e manter conexões emocionais profundas, factor essencial para a regulação emocional pelo vínculo.
Assim a pessoa pode algumas vezes se sentir protegida com a presença de alguém de sua confiança, mas acaba voltando ao estado de vulnerabilidade tão logo esta pessoa se afaste. Há uma precariedade na conexão vincular que torna-se inconstante e não se mantém com o afastamento.
O Desamparo
Há uma relação significativa entre o Pânico e as crises de ansiedade disparadas pelas situações de separação na infância. Uma boa parte das pessoas que desenvolvem Síndrome do Pânico não conseguiu construir uma referência interna do outro (inicialmente a mãe) que lhe propiciasse segurança e estabilidade emocional. Esta falta de confiança pode trazer, em momentos críticos, vivências profundas de solidão, desespero, desconexão e desamparo, disparando crises de pânico.
A experiência do Pânico é muito próxima do desespero atávico de uma criança pequena que se sente sozinha, uma experiência limite de sofrimento intenso, de sentir-se exposta ao devir, frágil, desprotegida, sob o risco do aniquilamento e da morte.
As pessoas com Síndrome do Pânico sofrem com uma falta de conexão básica, falta de conexão e confiança nos vínculos e falta de conexão e confiança no corpo, o que leva a uma vivência insegura, com experiências de vulnerabilidade e desamparo.
No tratamento precisamos ajudar a pessoa a desenvolver a capacidade de auto-regulação e fortalecer a sua capacidade de regulação pelo vínculo para superar os estados de desamparo.
O TRATAMENTO
Objectivos Principais
Há algumas directrizes importantes para o tratamento da Síndrome do Pânico:
1 - Compreender o que é a Síndrome do Pânico, assumindo a atitude certa para lidar com a ansiedade e as crises.
Os sintomas do pânico são intoleráveis enquanto não compreendidos. A compreensão das reacções de ansiedade, do funcionamento das crises e dos pensamentos catastróficos permite a criação de uma atitude construtiva, superando o medo, o pavor e a confusão que acabam produzindo mais pânico.
2 - Desenvolver a capacidade de auto-regulação.
Desenvolvendo a capacidade de auto-regulação a pessoa aprende a influenciar os seus estados internos, diminuindo a incidência das crises e regulando os níveis de ansiedade, o que diminui sua vulnerabilidade à novas crises. Este processo é possível pelo aprendizado de técnicas de auto-gerenciamento.
Utilizamos um amplo repertório de técnicas de auto-gerenciamento que incluem trabalhos respiratórios, técnicas de direccionamento da atenção, fortalecimento da capacidade de concentração, técnicas visuais variadas (convergência binocular focal, percepção de campo, entre outras), técnicas de reorganização do tônus muscular, reorganização da forma somática, etc.
Estas técnicas de auto-gerenciamento ensinam à pessoa como influir sobre os seus estados internos, desenvolvendo a capacidade de auto-regulação.
Através do manejo voluntário dos padrões somático-emocionais que mantém o estado de pânico pré-organizado, podemos reorganizar e transformar estes padrões que mantém o gatilho do pânico armado, pronto para disparar novas crises.
Estas técnicas têm uma forte eficácia ao influenciar, por ação reversa, os centros cerebrais que desencadeiam as respostas de pânico, diminuindo o nível de ansiedade e a intensidade das crises.
3 - Modificar a relação com as sensações do próprio corpo.
Para ajudar na integração das sensações corporais - tão temidas pelas pessoas com pânico - utilizamos técnicas de auto-observação, com atenção dirigida e resignificação das sensações corporais. Exploramos as correlações entre as posturas somáticas e os estados psicológicos. Estes recursos ajudam na familiarização com as sensações do corpo, favorecendo a intimidade com a linguagem somática que acompanha a vida emocional.
4 - Desenvolver a capacidade de regulação emocional através dos vínculos.
Restabelecer a capacidade de se regular pelo vínculo envolve desenvolver a capacidade da pessoa estabelecer e sustentar conexões profundas e vínculos de confiança. Este processo vai permitir que a pessoa supere o desamparo que a mantém vulnerável às crises de Pânico.
Neste processo revemos a história de vida de relacionamentos, incluindo os traumas emocionais que possam ter comprometido a confiança e a potência vincular. Buscamos ajudar na reorganização dos padrões vinculares em direção a relações mais estáveis que possam permitir criar uma rede de vínculos e conexões mais profundas e estáveis, essenciais para a proteção das crises de Pânico.
5 - Elaborar outros processos psicológicos actuantes.
Abordamos os factores desencadeantes em diferentes níveis. Fazemos um levantamento dos factores stressantes que estavam presentes quando a Síndrome do Pânico começou, onde poderiam contribuir, por exemplo, ambientes e eventos stressantes.
Mapeamos possíveis crises existenciais e transições - mudanças de fases da vida, crises em relacionamentos, crises profissionais, etc - fatores que poderiam estar contribuindo para a emergência do pânico.
Num nível mais profundo buscamos investigar e trabalhar as memórias de experiências de vulnerabilidade - traumas - que poderiam estar se reeditando nas experiências atuais de pânico. Este processo envolve trabalhar com memórias implícitas , memórias emocionais não conscientes, relacionados à traumas da primeira infância ou mesmo traumas posteriores intensos. Estas memórias não conscientes continuam a agir ao longo da vida, produzindo grandes sofrimentos psicológicos. O acesso a estas memórias implícitas é possível pela atenção à comunicação não verbal - memória motora - e pela análise cuidadosa por parte do psicólogo, dos sentimentos que emergem no campo da relação terapêutica. É fundamental poder identificar e integrar estes diversos níveis de afectos não elaborados, pois eles originam estados internos de vulnerabilidade e desamparo que levam a pessoa ao Pânico.
Os melhores resultados são obtidos por um tratamento que contemple todos estes objetivos: a compreensão da resposta de pânico, o desenvolvimento da capacidade de auto-regulação, a modificação da relação da pessoa com o próprio corpo, desenvolvimento da capacidade de regulação pelo vínculo e a elaboração dos processos psicológicos que levaram ao Pânico.
Uma combinação destes objetivos é a melhor solução para um tratamento eficaz da Síndrome do Pânico.
Sobre a Medicação
Os remédios podem ser recursos auxiliares importantes para o controle das crises de pânico, trabalhando conjuntamente com a psicoterapia para ajudar na superação da Síndrome do Pânico.
Porém, há algumas ponderações sobre a sua utilização . Primeiro, é necessário ter claro que os remédios não ensinam nada. Eles não ensinam à pessoa como ela própria pode influenciar seus estados internos e assim a superar o sentimento de impotência que o pânico traz. Não ensinam a pessoa a compreender os sentimentos e experiências que desencadeiam as crises de pânico. E não ajudam a pessoa a perder o medo das reacções de seu corpo e a ganhar uma compreensão mais profunda de seus sentimentos. Os remédios - quando utilizados - devem ser vistos como auxiliares do tratamento psicológico.
Algumas pessoas optam por um tratamento conjugado de medicação e psicoterapia enquanto outras optam por tratar o pânico somente com uma psicoterapia especializada. Na psicoterapia especializada utilizamos técnicas de auto-gerenciamento – para manejar os níveis de ansiedade e controlar as crises – e ao mesmo tempo trabalhamos as questões psicológicas envolvidas. A opção mais precária seria tratar o pânico somente com medicação, visto que o índice de recaídas é maior quando há somente tratamento medicamentoso do que quando há também um tratamento psicológico. Os remédios mal administrados podem acabar mascarando por anos o sofrimento ao invés de ajudar a pessoa a superá-lo.
Atualmente é possível tratar a pessoa com Síndrome de Pânico sem a utilização de medicação e temos obtido bons resultados tanto com pessoas que estão paralelamente tomando medicação como com aquelas que preferem não tomar remédios.
Melhora: Um Horizonte Possível
Para uma pessoa ficar boa do Pânico não basta controlar as crises, é necessário integrar as sensações e sentimentos que estavam disparando as crises e assim superar o estado interno de desamparo.
A melhora advém quando a pessoa torna-se capaz de sentir-se identificada com seu corpo, capaz de influenciar seus estados internos, sentindo-se conectada com os outros à sua volta, podendo lidar com os sentimentos internos, se reconectando com os fatores internos que a precipitaram no Pânico e podendo lidar com eles de um modo mais satisfatório.
Superar a experiência da Síndrome do Pânico pode ser uma grande oportunidade de crescimento pessoal, de uma retomada vital e contemporânea do processo psicológico de vida de cada um.
ARTIGO CIENTÍFICO
Está acessível também um dos artigos publicados pelo Dr. Artur Scarpato sobre a Síndrome do Pânico. É um artigo técnico, voltado para profissionais, mas que está disponível a todos os interessados.
O estranho que me habita: a Síndrome do Pânico numa perspectiva formativa
COORDENAÇÃO
Artur Scarpato: Psicólogo Clínico (PUC SP). Trabalha há 16 anos em consultório particular com psicoterapia de adolescentes e adultos. Mestre em Psicologia Clínica pela PUC SP. Especialização em Psicologia Hospitalar pelo Hospital das Clínicas da F.M.U.S.P. e em Cinesiologia Psicológica pelo Instituto Sedes Sapientiae. Desenvolve há 14 anos um tratamento para Síndrome do Pânico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário