sexta-feira, 28 de agosto de 2015

“Qual o lugar das diferenças no mundo de hoje?”

27 de agosto de 2015 por somosparatodos
Por Fabiana Ribeiro
Um evento de inclusão numa sinagoga. Isso é, no minimo, curioso. Quebradas as barreiras e mesmo os preconceitos, lá estavam judeus, em sua maioria naturalmente, com católicos, espíritas, budistas, evangélicos, ateus e o que mais de crença ou não crença aparecesse por ali. Todos juntos lotando um espaço de fé. Porque, sim, é preciso ter fé na nossa humanidade.
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DESCRIÇÃO DA IMAGEM: A foto mostra o evento na sinagoga. De pé, está o pediatra Daniel Becker que fala ao microfone. Estão sentados (da esquerda para a direita): Ciça Melo (Paratodos), Rafael Bronz (Liessin), Rosana Bines (PUC-Rio) e Thelma Polon (Eliezer).
Mas o foco não era a religião. Então, por cerca de duas horas, mais de cem pessoas – professores, mediadores, gestores de escolas, pais de filhos com deficiência, pais, simplesmente, estudantes e demais interessados no assunto – se sentaram para refletir sobre a pergunta central do encontro: “Qual o lugar das diferenças no mundo de hoje?”. E muitas foram as respostas oferecidas.
Na roda de conversa, conduzida pelo Paratodos, o tema da invisibilidade da pessoa com deficiência foi imediatamente tocado por Rosana Kohl Bines. Com delicadeza, a professora da PUC recorreu à vida de Jorge Luis Borges e fechou com citações de Clarice Lispector.
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DESCRIÇÃO DA IMAGEM: A foto mostra um jovem do Eliezer, de pé, segurando o microfone para fazer uma pergunta sobre educação aos palestrantes da roda de conversa realizada na sinagoga. A seu redor, há muitas pessoas sentadas prestando atenção nele.
Em seguida, foi a vez de Rafael Bronz, do Liessin, tratar da inclusão na escola recorrendo a teóricos como Zygmunt Bauman e Edgar Morin. Daniel Becker lembrou que somos todos imperfeitos, há deficiências mais e menos explícitas e certamente todos vamos lidar com nossas deficiências um dia. O pediatra falou ainda das expectativas, que não precisam ser baixas para pessoas com deficiência. Por fim, Thelma Polon, do Eliezer, disse que o caminho para se ter inclusão na escola perpassa pelo investimento. Em equipe, em profissionais que acreditam que a inclusão é um valor. No encontro, houve espaço também para alunos do grêmio do Eliezer se pronunciarem em defesa de uma educação menos conteudista e mais alinhada ao potencial de cada um, criticando fortemente a educação nos atuais moldes.  
Ninguém saiu do evento com roteiros a seguir ou manuais a divulgar em suas vidas. Saímos com a certeza de que para incluir, seja lá em que campo for, é preciso, primeiramente, ter vontade. Em seguida, acreditar que é possível. E, tentar, e errar, e tentar novamente, e errar de novo, para, então, acertar.

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