Totalmente diferente dos tradicionais, quarto não tem berço e tem tudo à mão do ocupante. Para a psicanalista e mãe de Bento, de 2 meses, Cleidi Souza, a metodologia ajudou a aproximar toda a família
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Você pensaria na decoração do quartinho do seu bebê sem bercinho, com apenas um colchão e um tapete emborrachado no chão? Nos dias atuais, em que projetos arrojados fazem parte da preferência de muitas mamães de primeira viagem, um cenário como esse seria considerado simples demais ou radical em excesso para receber um recém-nascido. Mas o que muita gente não sabe é que esse espaço, fundamentado nos preceitos de Maria Montessori, foi pensado para que a criança seja protagonista da sua própria interação com o ambiente que a cerca.- Veja mais fotos
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A teoria de Montessori, médica pediatra, educadora e pesquisadora italiana, é uma das mais importantes para compreender a aprendizagem e o desenvolvimento infantil. Ela mostra que a criança é o centro de sua própria aprendizagem e é capaz de aprender sozinha se estimulada. É a didática da autoeducação, que estimula a liberdade, a autonomia e o desenvolvimento com a interferência mínima de um adulto. A criança cria e descobre no seu próprio tempo.
Nesse sentido, o quarto com características da abordagem montessoriana é um lugar onde a criança pode descobrir-se em situação protegida e com liberdade, desenvolvendo-se integralmente na interação com o espaço, as pessoas e os objetos.
Prateleiras baixas permitem aos bebês, como Leo Takeo, alcançar seus brinquedos e outros objetos
Por já trabalhar com a metodologia montessoriana, a psicanalista Cleidi Souza não pensou duas vezes na hora de decorar o quarto do filho Bento, hoje com 2 meses. “Além de já trabalhar na área, a opção pelo quarto montessoriano foi uma escolha para beneficiar a própria família. A gente queria algo para estar próximo dele e a metodologia nos aproxima. É um ambiente preparado para promover o desenvolvimento dele, com autonomia, mas que proporciona também uma série de facilidades para o pai e a mãe.”
Cleidi afirma perceber que Bento tem se desenvolvido um pouco mais do que a idade permite. “Ele já fica de bruços, levanta o pescoço e está todo durinho. Tinha o feedback dos outros, aplicava a teoria e tinha o respaldo das pessoas. Mas não tinha uma prática tão próxima assim.”
Quarto montessoriano é mais convidativo à criança
FOCO
O quarto montessoriano é mais convidativo, segundo a advogada Sabrina Mori. Mãe de um casal, ela decidiu decorar o espaço do filho, Leo Takeo, de 8 meses, depois de consultar blogs de decoração e maternagem ativa. “O conceito pareceu-me muito atraente por ser um quarto em que o foco é a criança e não o adulto. Constatei que o quarto é muito mais aproveitado pelo meu caçula do que foi o quarto da minha mais velha, que foi supertradicional, além de ser um lugar seguro e amplo para ele brincar e explorar. Os nichos na parede, à altura das suas mãozinhas, por exemplo, foram ótimos para ele firmar mais o tronco quando estava aprendendo a se sentar. É um espaço que o Leo realmente aproveita e um recurso para estimular seu crescimento.”
A atriz e arte-educadora Gledes Gualberto também montou o quartinho do filho Arthur, de 3, de forma intuitiva. “Pensava no conforto e, também, na autonomia do meu filho. Então, buscando na internet por uma caminha baixinha para substituir o colchãozinho que ficava no chão, acabei encontrando um grupo de mães especializadas no assunto. Muita gente se assustava ao encontrar um quarto de bebê sem berço, porque fomos culturalmente educados para pensar que ele é necessário, mas a criança não precisa ficar presa se o quarto for adequado para ela.”
Para Guegué, como a atriz é conhecida, o quarto montessoriano é indicado porque o ambiente tem de ser pensado para a criança. “Tem de ter poucos móveis e tudo fica ao alcance da visão e das mãos. Os brinquedos são oferecidos em forma de rodízio. Cansou? A gente troca. Depois retorna com eles.”
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