OBSERVAÇÃO DO(A) ESTUDANTE SURDO(A)
NA ESCOLA:
A
observação aconteceu em uma escola municipal, o qual pediu para não ser divulgada.
Nesta escola a inclusão está muito distante dos muros da escola. Percebe-se que
ele ate tentam, mas sem muito retorno.
A observação foi realizada por mim Conceição
Ferreira Leite, estudante do polo da cidade de Ipatinga/MG, turma 11. Fiz a
observação de um aluno de 08 anos, que estavam participando de uma atividade,
acompanhado de seus alunos do turno regular e em seguida uma aula de Educação
Física no pátio da escola, ofertada por um professor da área o qual estava
conseguindo fazer a interação do aluno com os seus colegas de classe, estavam
jogando bola e o aluno participava com muita naturalidade e competindo de igual
para igual com seus colegas.
Percebe-se
que este aluno é tem acesso ao currículo normalmente no ensino regular, sem
nenhuma alteração, para a sua deficiência, todas as atividades que lhe são
impostas são iguais às dos seus colegas, sendo que o mesmo não consegue em
momento algum acompanhar a sua turma por ser um educando surdo, quando seus
colegas estão desenvolvendo as atividades propostas o mesmo fica alheio e não tendo
o que fazer acaba atrapalhando a sua turma em geral, situação esta que acaba
deixando a professora se sentindo sem condições de ajudá-lo.
No
período da observação um momento muito
importante que vivenciei foi um momento em que os alunos estavam participando
dos jogos do PACTO, são vários jogos voltados para a alfabetização. Neste
momento percebi que aconteceu a interação do aluno Lucas com seus colegas e que
a sua professora ficou bem mais tranquila diante da situação vivenciada. Todos
participaram desta intervenção pedagógica.
Lucas demonstrou muito interesse por esta intervenção e percebe-se que
mesmo sendo surdo ele acaba dominando os seus colegas, levando-os a participar
do jogo que ele mais gosta.
Em
se tratando dos aspectos afetivos, da interação entre os colegas percebe-se que
Lucas consegue interagir com todos os seus colegas e fazer a comunicação entre
eles de sua maneira, mas o que tive a oportunidade de ver é que ele é
bem-aceito dentro de suas limitações e mesmo com dificuldades os colegas conseguem
interagir com ele através de gestos (muito interessante, os gestos foram
criados por eles, bem diferentes do estou acostumada a ver). Os colegas de
Lucas estão acostumados com sua NEE e olham para ele como um aluno sem
diferenças, todos respeitam a sua limitação sem preconceito.
A
professora demonstrou muitas dificuldades na elaboração de atividades
diferenciadas que venham contribuir com a necessidade de seu aluno, pois a
mesma acredita ser incapaz de conseguir fazer a diferença no processo ensino
aprendizagem do educando, percebi que isto incomoda muito ela, mas no primeiro
momento percebi que ela não era adepta a mudanças, estava acostumada com a
mesmice e que não queria experimentar o novo.
Encontrei
dificuldades para desenvolver esta observação, diante da rejeição da professora
e ate mesmo da escola, visto que ambas tem medo de serem expostas, acreditam
que este aluno atrapalha muito os seus colegas de classe e que o mesmo deveria
frequentar as atividades da APAE, mas sua família não apoia e não se dispõe
para leva-lo, sendo que para participar das atividades da APAE o educando
precisa ser acompanhado por um membro da família.
O
estudante observado participa das atividades do ensino regular da referida
escola e acredito que ele se sente excluído, diante da situação em que se
encontra, consegui conversar um pouco com o mesmo e senti esta inquietação por
parte dele. O mesmo alegou não gostar de estudar, preferir ficar em casa
assistindo televisão. Também tive a oportunidade de conversar com a professora
que se mostrou insatisfeita com sua
atuação diante do aluno, mas alega o tempo todo que não sabe e nem tem formação
para trabalhar com este aluno. Mas ao final da observação percebi que diante de
tantos obstáculos, consegui chamar atenção da professora para o processo de
inclusão. A mesma acredita na inclusão, mas também desconhece, encontrando
dificuldades, mesmo sendo educadora a muitos anos, tem medo de falhar, sabendo
mais sobre este caso e percebi que ela acredita que desconhecendo este processo
é mais difícil, ser observada e cobrada por não fazer a inclusão acontecer no
contexto escolar o qual esta inserida.
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