sábado, 30 de maio de 2015

OBSERVAÇÃO DO(A) ESTUDANTE SURDO(A) NA ESCOLA:

A observação aconteceu em uma escola municipal, o qual pediu para não ser divulgada. Nesta escola a inclusão está muito distante dos muros da escola. Percebe-se que ele ate tentam, mas sem muito retorno.
 A observação foi realizada por mim Conceição Ferreira Leite, estudante do polo da cidade de Ipatinga/MG, turma 11. Fiz a observação de um aluno de 08 anos, que estavam participando de uma atividade, acompanhado de seus alunos do turno regular e em seguida uma aula de Educação Física no pátio da escola, ofertada por um professor da área o qual estava conseguindo fazer a interação do aluno com os seus colegas de classe, estavam jogando bola e o aluno participava com muita naturalidade e competindo de igual para igual com seus colegas.
Percebe-se que este aluno é tem acesso ao currículo normalmente no ensino regular, sem nenhuma alteração, para a sua deficiência, todas as atividades que lhe são impostas são iguais às dos seus colegas, sendo que o mesmo não consegue em momento algum acompanhar a sua turma por ser um educando surdo, quando seus colegas estão desenvolvendo as atividades propostas o mesmo fica alheio e não tendo o que fazer acaba atrapalhando a sua turma em geral, situação esta que acaba deixando a professora se sentindo sem condições de ajudá-lo.
No período  da observação um momento muito importante que vivenciei foi um momento em que os alunos estavam participando dos jogos do PACTO, são vários jogos voltados para a alfabetização. Neste momento percebi que aconteceu a interação do aluno Lucas com seus colegas e que a sua professora ficou bem mais tranquila diante da situação vivenciada. Todos participaram desta intervenção pedagógica.  Lucas demonstrou muito interesse por esta intervenção e percebe-se que mesmo sendo surdo ele acaba dominando os seus colegas, levando-os a participar do jogo que ele mais gosta.
Em se tratando dos aspectos afetivos, da interação entre os colegas percebe-se que Lucas consegue interagir com todos os seus colegas e fazer a comunicação entre eles de sua maneira, mas o que tive a oportunidade de ver é que ele é bem-aceito dentro de suas limitações e mesmo com dificuldades os colegas conseguem interagir com ele através de gestos (muito interessante, os gestos foram criados por eles, bem diferentes do estou acostumada a ver). Os colegas de Lucas estão acostumados com sua NEE e olham para ele como um aluno sem diferenças, todos respeitam a sua limitação sem preconceito.
A professora demonstrou muitas dificuldades na elaboração de atividades diferenciadas que venham contribuir com a necessidade de seu aluno, pois a mesma acredita ser incapaz de conseguir fazer a diferença no processo ensino aprendizagem do educando, percebi que isto incomoda muito ela, mas no primeiro momento percebi que ela não era adepta a mudanças, estava acostumada com a mesmice e que não queria experimentar o novo.
Encontrei dificuldades para desenvolver esta observação, diante da rejeição da professora e ate mesmo da escola, visto que ambas tem medo de serem expostas, acreditam que este aluno atrapalha muito os seus colegas de classe e que o mesmo deveria frequentar as atividades da APAE, mas sua família não apoia e não se dispõe para leva-lo, sendo que para participar das atividades da APAE o educando precisa ser acompanhado por um membro da família.

O estudante observado participa das atividades do ensino regular da referida escola e acredito que ele se sente excluído, diante da situação em que se encontra, consegui conversar um pouco com o mesmo e senti esta inquietação por parte dele. O mesmo alegou não gostar de estudar, preferir ficar em casa assistindo televisão. Também tive a oportunidade de conversar com a professora que se mostrou  insatisfeita com sua atuação diante do aluno, mas alega o tempo todo que não sabe e nem tem formação para trabalhar com este aluno. Mas ao final da observação percebi que diante de tantos obstáculos, consegui chamar atenção da professora para o processo de inclusão. A mesma acredita na inclusão, mas também desconhece, encontrando dificuldades, mesmo sendo educadora a muitos anos, tem medo de falhar, sabendo mais sobre este caso e percebi que ela acredita que desconhecendo este processo é mais difícil, ser observada e cobrada por não fazer a inclusão acontecer no contexto escolar o qual esta inserida.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário