O
SUPERVISOR EDUCACIONAL E AS ATIVIDADES LÚDICAS NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM DO EDUCANDO
Conceição
Ferreira Leite 1
Resumo.
O objetivo deste artigo é refletir sobre as atividades lúdicas na
educação, pois o supervisor escolar acredita que elas são
essenciais para a formação da criança tanto na função distrair
como instruir, tornando mais eficaz o processo de aprendizagem. Na
atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da
atividade, o que dela resulta, mas a própria ação, o momento
vivido. Possibilita a quem a vivencia momento de encontro consigo
mesmo e com o outro, momento de fantasia e de realidade, de
ressignificação e percepção, momento de autoconhecimento e
conhecimento do outro, de cuidar de si e olhar para o outro, momento
de vida. Cabe ao professor inserir o brincar em um projeto educativo,
com objetivos claros e ter consciência da importância de sua ação
em relação ao desenvolvimento e à aprendizagem.
Palavras
chave: Atividade
lúdica. Supervisor, professor. Brincadeiras. Aprendizagem.
Abstract.
The
goal of this article is to reflect on the activities in education,
because the school supervisor believes that they are essential to the
formation of the child both in distracting how to instruct, making
more effective the learning process. In playful activity, what
matters is not just the product of the activity, what it is, but the
action itself, the moment lived.
Enables
those who experience the time of meeting with yourself and with
others, moment of fantasy and reality, of ressignification and
perception, moment of self-knowledge and knowledge of each other,
take care of yourself and look the other way, the moment of life. It
is up to the teacher to enter the play in an educational project with
clear objectives and have an awareness of the importance of his
action in relation to the development and learning.
Keywords:
Playful
Activity. Supervisor, teacher. Pranks. Learning.
1
. INTRODUÇÃO
Através
de estudo bibliográfico e das observações em salas de aula, no
cotidiano escolar, construiu-se este artigo cujo
objetivo foi refletir sobre as atividades lúdicas na educação,
pois o supervisor escolar acredita que elas são essenciais para a
formação da criança tanto para distrair como para instruir,
tornando mais eficaz o processo de aprendizagem.
A supervisão escolar constatou que nas suas práticas diárias,
muitos são os professores que não privilegiam o lúdico, a
brincadeira, o jogo, deixando que suas aulas tornem-se essencialmente
teóricas e pautadas nos livros didáticos. A brincadeira acontece,
mas em alguns momentos isolados, não permitindo que se acompanhe a
influência do lúdico no desenvolvimento e na aprendizagem. O
essencial é não esquecer que as crianças demonstram naturalmente
através dos jogos e brincadeiras suas emoções e desenvolvem
brincando suas habilidades de maneira geral
Diante
de novos desafios e das dificuldades que surgem no cotidiano da
aprendizagem, o supervisor escolar busca superar seus limites de
forma desafiadora e criativa, procurando orientar os professores em
desenvolver junto aos seus alunos uma maneira mais prazerosa de
ensinar, mas nem sempre encontra respaldo para desenvolver um bom
trabalho, há muito a ser feito para melhorar o ensino apesar das
conquistas, ainda existe entre os educadores 9direção, supervisão,
orientação e professores, que a brincadeira pode ocasionar confusão
e atrapalhar o seu desenvolvimento diante do processo ensino
aprendizagem, mas diante de todas as teorias e insinuações
percebe-se que tudo isso é ilusório, pois o brincar alem de tornar
o aprendizado mais prazeroso é capaz de proporcionar aos educandos
formas de aprendizado muito mais eficaz e duradouro.
É
preciso acreditar no fazer diferente. É possível olhar o mundo de
forma mais alegre e abrangente. As brincadeiras podem ser a saída
para dar-se conta do ato de aprender e transformar a informação em
conhecimento, favorecendo o pensar humano e sua expressão.
Inovar
e dar devida importância ao brincar, fugindo da regra tradicional de
ensinar onde as crianças ficam em sala de aula de olhos fixos no
quadro de giz como expectadores sem desenvolver seu potencial
tirando- lhe o direito de desabrochar para o mundo. O ideal é
conhecer o mundo através das atividades lúdicas onde tudo é mais
colorido e mágico.
Neste
contexto, a supervisão acredita ser necessário abordar alguns temas
defendidos por alguns autores que irão ajudar a compreender melhor a
importância do jogo e do brincar na educação infantil, e assim
compreender o porquê do lúdico no aprendizado, contemplado pelos
educadores contribuindo assim na aprendizagem das crianças.
A
recreação escolar engloba atividades lúdicas de cunho divertido e
prazeroso, possibilitando o desenvolvimento de fatores como a
socialização, colaboração, vivências corporais e emocionais para
as crianças, além de aprimorar suas competências habilidades.
A
recreação escolar poderia então ser definida como as atividades e
brincadeiras desenvolvidas dentro de um ambiente escolar, mediadas
por professores ou recreacionistas, tendo como objetivo a expressão
humana com aprazer e alegria e o desenvolvimento de habilidades
motoras e efetivas.
Através
de brincadeiras as crianças fazem descobertas interessantes,
melhoram seu desenvolvimento em todos os sentidos, porém nem sempre
as brincadeiras são vistas como facilitadoras do aprendizado em
nossas escolas e quando se utilizam não se dá o devido valor á
tais atividades, comprometendo o desenvolvimento da aprendizagem.
Pode-se
dizer também que mesmo sem intenção de aprender, quem brinca
aprende, e através da brincadeira são feitas novas descobertas
melhorando a socialização.
O
jogo e a brincadeira infantil são formas da criança manejar
experiências, criar situações para dominar a realidade e
experimentá-la.
Na
visão da supervisão, a efetiva brincadeira infelizmente está
ausente na maior parte das classes de educação infantil
dificultando a aprendizagem.
Este
trabalho foi realizado a luz da pesquisa bibliográfica, com autores
conhecedores do assunto e discorreu-se brevemente sobre o do
papel do supervisor escolar no trabalho com os jogos e brincadeiras,
que contribuem para a formação dos educandos.
Partindo deste conhecimento iniciou-se o texto sobre Atividade
lúdica, uma ferramenta para a aprendizagem.
O
jogo é, sem dúvida, a atividade mais importante na Educação. Essa
palavra sempre causou muita discussão quanto à sua definição e à
ação prática e até hoje suscita livros e escritos, buscando-se
uma definição que abranja toda a diversidade contida no ato de
jogar. (CUNHA, 1998, p. 12)
Na
educação, estas discussões sempre estiveram ligadas às atividades
lúdicas, fundamentais na formação dos jovens e crianças e
verdadeiras facilitadoras dos relacionamentos e das vivências dentro
da sala de aula. Atividades lúdicas são aquelas que promovem a
imaginação e, principalmente as transformações do sujeito em
relação ao seu objeto de aprendizagem. O caráter de integração e
interação contido nas atividades lúdicas fez com que a Educação
Infantil e o Ensino Fundamental utilizassem constantemente estas
atividades para integrar o conhecimento com uma ação prática dos
nossos alunos. (FORTUNA, 2003, p. 47)
Desde
os primeiros anos de vida, os jogos as brincadeiras são nossos
mediadores na relação com as coisas do mundo. Do chocalho ao
videogame, aprendemos a nos relacionar com o mundo por meio dos jogos
e brincadeiras. Por esse motivo, o jogo tem um papel de destaque na
educação infantil, pois é a base do desenvolvimento cognitivo e
afetivo do ser humano. O jogo possui aspectos fundamentais para a
aprendizagem racional e emocional. (CUNHA, 1998, p. 41)
Percebe-se
que para a maioria dos autores embasados neste estudo o lúdico
destaca como uma forma de aprendizado, na construção do
conhecimento. Com tanto embasamento sobre este assunto conclui-se que
o jogo é de fundamental importância tanto para a alfabetização,
quanto para o conhecimento pedagógico.
Existem
muitas teorias sobre o jogo. Acreditamos que ele seja tão antigo
quanto as criaturas do planeta, pois os animais já brincavam entre
si, fomentando o lúdico como fator de vínculo e afeto. O homem
primitivo já possuía seus jogos e brincadeiras, o que reitera o
lúdico como algo essencial e elementar para o ser humano. (SANTOS,
1998, p. 45)
O
desafio do educador da atualidade é tornar a aprendizagem em
atividades lúdicas e prazerosas, em brincadeiras criativas e
divertidas, inserido em todas as áreas do conhecimento, buscando
eliminar as dificuldades que as crianças apresentarem logo na
chegada á escola. Quando os educadores admitem que brincar é
aprender, não é só no sentido amplo, em plena conexão com o
próprio desenvolvimento e sim como resultados do ensino dirigido em
que tudo acontece menos brincar. (FORTUNA, 2003, p. 46)
Buscar
trabalhar com cuidado, desenvolver cada disciplina de maneira
progressiva e espontânea e assim descobrir novos horizontes e um
mundo cheio de potencialidade e amor.
Quando
brinca a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso
com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da
natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui.
(PIAGET, 1976, p. 97)
Sabe-se
que Piaget aborda e valoriza, em suas fases de desenvolvimento da
inteligência na criança, os tipos de jogos mais adequados para cada
uma dessas fases. E isto é verdadeiro: o jogo é diferente para cada
idade, cultura e meio, para as verdades de cada comunidade.
Na
educação infantil encontra-se um ambiente propício para
desenvolver um excelente trabalho em sala de aula por mais simples
que seja seu arranjo espacial, a atividade lúdica favorece e
enriquece a aprendizagem.
[...]
no brinquedo existe necessariamente participação e engajamento, o
brinquedo é certamente uma forma de desenvolver a capacidade engajar
-se, de manter-se ativo e participante. A criança que brinca
bastante será um adulto trabalhador. A criança que sempre
participou de jogos e brincadeiras grupais saberá trabalhar em
grupo; por ter aprendido a aceitar as regras do jogo, saberá também
respeitar as normas grupais e sociais. É brincando bastante que a
criança vai aprendendo a ser um adulto consciente, capaz de
participar e engajar-se na vida de sua comunidade. (CUNHA, 1998, p.
42)
Para
desenvolver um bom trabalho, o supervisor educacional em parceria com
o educador precisa buscar interagir com a sua comunidade e com mundo,
acompanhar a evolução social e cultural, utilizar todo o mecanismo
disponível para ensinar e aprender, transformando o ambiente escolar
em lugar aconchegante e encantador, onde o imaginário esteja
presente, onde se pode inserir a teoria com à pratica, tendo como
ponto de partida a teoria do livro “Na vida dez na escola zero”,
pois a educação precisa muito desta inserção, levando em
consideração que o educando no cotidiano tem facilidade na
aplicação da matemática com sua vivencia, mas na escola este
conhecimento fica bem diferenciado, cabe ao supervisor educacional,
buscar mecanismos inovadores que possam contribuir com o educador em
sua pratica pedagógica, unindo de maneira lúdica a teoria com a
pratica.
“Quando
brinca a criança assimila o mundo á sua maneira, sem compromisso
com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da
natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui”
(PIAGET, 1976, p.97).
Em
sua abordagem Piaget valoriza o desenvolvimento da inteligência na
criança em fases. Devem ser utilizados, os jogos e brincadeiras
conforme a faixa etária e também com á comunidade e realidade
cultural local.
A
importância do brincar na educação infantil influencia o
desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor da criança, mas
infelizmente nem sempre a escola disponibiliza para seus educadores
condições praticas que possa ajudá-los a conquistar a prática
pedagógica e respeita o direito do brincar e aprender com prazer e
criatividade, tornando o ato de aprender em tarefa rotineira,
prazerosa sem dar a menor perspectiva para essas crianças.
Recordo-me,
com saudade, dos tempos de escola. Lembro com que ansiedade
aguardávamos pelo recreio. Naqueles poucos minutos podíamos ser
crianças. Brincávamos jogávamos, tínhamos lazer, tínhamos
prazer.
Quando
voltávamos para a aula, deixávamos do lado de fora da sala toda
nossa vivacidade, alegria e descontração, pois aula era coisa
séria. Por isso não se concebiam brincadeiras ou jogos na sala de
aula, espaço reservado a atividades caracterizadas pela seriedade.
(SANTOS, 1998, p. 52)
Neste
contexto o brincar surge de forma desafiadora, envolvendo todo o
trabalho do supervisor educacional e do educador (em equipe), de
forma solidária, prazerosa, valorizando cooperativismo e a ecologia,
descobrindo potenciais ocultos e transformando vidas, através do
lúdico.
Diante
de tantas potencialidades se torna inevitável a importância do
brincar no sistema de aprendizagem, que contribui principalmente no
que diz respeito á autonomia e a identidade, vista que a escola visa
formar cidadãos conscientes e solidários,capazes de aprender
através do brincar, pois só assim ele pode conseguir assimilar bem
o conteúdo proposto e ter melhor aprendizado. Oferecer uma educação
de qualidade, dinâmica, moderna, inovadora, com o objetivo de buscar
resgatar a auto-estima e valores esquecidos, preparar crianças,
jovens e adultos para um futuro digno e solidário.
Trabalhando
com o lúdico o professor é capas de criar o imaginário na criança,
principalmente na leitura e na escrita levando-o a ampliar o seu
conhecimento e possibilitando um aprendizado eficaz é capaz de
transmitir aos educandos formas prazerosas de aprender, pois quando
brincamos e ensinamos ao mesmo tempo criamos um mundo imaginário e
ao mesmo tempo real, capaz de aprofundar o conhecimento da criança e
ampliando sua imaginação, além de construir um processo ensino
aprendizado capaz de levar os educandos a estudar por vontade própria
e não por obrigação.
Existe
teoria que o brincar se faz presente na vida do ser humano e dos
animais desde a pré-história, homens e animais brincavam entre si e
através do lúdico formavam vínculos afetivos. O lúdico tem um
papel essencial na evolução do ser humano.
Vygotsky,
mesmo não tendo se dedicado inteiramente aos estudos sobre o
desenvolvimento infantil, sua contribuição foi de suma importância
para educação infantil. Em sua afirmação os fatores biológicos
predominam- se sobre os fatores sociais no início do desenvolvimento
humano. E sucessivamente, integram ao social tornando-se fundamental
para o desenvolvimento do pensamento. A criança é introduzida no
mundo adulto pelo jogo e sua imaginação estimulada por meio dos
jogos pode contribuir para expansão de habilidades conceituais.
(VYGOSTSKY, 1998, p. 43)
O
brincar deve estar presente em toda vida, através das atividades
lúdicas desenvolvendo novas experiências, descobrindo potencias
ocultos, fazendo suas próprias escolhas e tomando decisões
importantes.
Os
PCNS tiveram uma importante contribuição no resgate do brincar no
cotidiano dos centros de Educação Infantil, formando novos
conceitos em relação ao lúdico na aprendizagem de maneira geral.
(FRIEDMAN, 2003, p. 21)
O
mesmo autor apresenta percepções gerais do panorama de maneira que
o brincar tem sido aceito e praticado em varias regiões do país por
diversos grupos de educadores, entre o período 2000 até a
atualidade. No contato e conversa com alguns professores pode-se
perceber o sentimento de amor pela profissão, buscando sempre dar o
melhor de si, trabalhando com amor e dedicação desenvolvendo cada
vez mais o lúdico na sala de aula.
Mas,
ainda existem muitos desafios e barreiras a serem quebradas, e um
longo caminho a ser percorrido para interiorizar os conceitos em
relação ao lúdico como ato assistido e analisado pelos educadores
e apresentado às crianças.
É
importante lembrar que esta década foi de suma importância nos
paradigmas e patamares onde houve transição e mudança, de novos
parâmetros como grupos de um nível espetacular, onde as pessoas se
encontram, para trocar experiências, tornando o ato de brincar em
uma prática consciente e criativa. (SANTOS, 1998, p.57)
A
principal atividade da infância é brincar, correspondendo a
necessidade de meninas e meninos de olhar, tocar e satisfazer a
curiosidade, descobrir, experimentar, conhecer, dominar e amar a
vida, e buscar um mundo encantando, colorido e alegre cheio de
fantasia. Diante das variedades de brinquedos as crianças podem
explorar o imaginário fazendo novas descobertas, dominando suas
emoções, tudo isso faz parte do seu mundo encantado, os adultos tem
o dever de respeitar, buscando agir com sabedoria, acompanhar o
desenvolvimento das crianças, sem fazer restrições porque somente
através da experiência que vão ser formada sua identidade e
autonomia diante das adversidades encontradas no decorrer de suas
vidas.
É
pelo símbolo encantado do faz de conta e suas expressões, podem-se
reunir ou imaginar as coisas no irrealizável de sua plenitude.
(MACEDO, 2003, p. 39)
O
mundo encantado do faz de conta possibilita o imaginário das
crianças, que gostam de brincar de faz de conta em suas casas,
sozinho ou com amigos, desenvolvendo suas potencialidades múltiplas
em seu mundo encantado. Através da brincadeira é que ela constrói
sua vida de maneira que, repetem muitas vezes as mesmas coisas de
acordo com sua vontade.
As
brincadeiras de faz-de-conta são fundamentais ao desenvolvimento da
criança e assimilam nova forma de expressar e simbolizar, ficando
apenas no exercício da imaginação reprodutiva ou imitação
representativa em que as crianças procuram superar seus limites
dentro de suas possibilidades. (PIAGET, 1976, p. 19)
Diante
de tantas informações lúdicas o aluno se torna mais participativo,
tendo gosto pelo processo ensino aprendizagem e neste sentido ele é
capaz de construir o seu conhecimento de maneira clara e precisa,
levando-o a desenvolver tanto na linguagem escrita e oral, quanto nas
ciências humanas e naturais.
Devem-se
criar condições para que estas atividades significativas sejam
realizadas. O importante é que os alunos trabalhem, buscando a
interação uns com os outros, facilitando o auto desenvolvimento e
promovendo o trabalho coletivo.
Os
jogos, ultimamente, vêm ganhando espaço dentro das escolas, numa
tentativa de trazer o lúdico para dentro da sala de aula. Acrescenta
que a pretensão da maioria dos professores com a sua utilização é
a de tornar as aulas mais agradáveis com o intuito de fazer com que
a aprendizagem torne-se algo mais fascinante; além disso, as
atividades lúdicas podem ser consideradas como uma estratégia que
estimula o raciocínio, levando o aluno a enfrentar situações
conflitantes relacionadas com o seu cotidiano. (LARA, 2004, p. 35)
A
ação, durante o movimento do jogo, provoca espontaneidade. Isto
causa estimulação suficiente para que o aluno transcenda a si
mesmo. Ele é libertado para penetrar no ambiente, explorar,
aventurar e enfrentar sem medo todos os perigos.
(MACEDO, 2003, p. 43)
Dessa
experiência integrada, surge o aluno ativo e participativo dentro de
um ambiente total, e aparece o apoio e a confiança que permite a ele
desenvolver qualquer habilidade necessária para a comunicação
dentro do jogo.
O
jogo na sala de aula pode ser um rico recurso de aprendizagem,
explorado de maneiras diferenciadas de acordo com as situações e
objetivos almejados, favorecendo os processos de
ensino-aprendizagem..
Quando
a criança ou o adolescente joga com regras, exercita todas as suas
funções intelectuais mesmo que esta seja de natureza metafórica.
Com o tempo a criança vai distinguindo os diferentes jogos e
percebendo que alguns necessitam de um grande esforço e
concentração, sem deixar de lado o caráter prazeroso da ação.
(SANTOS,
1998, p.59)
O
jogo assume um significado funcional em que a realidade é
incorporada pela criança e transformada, de acordo com seus hábitos
motores, com as necessidades do eu e em função das exigências do
social.
Segundo
Piaget (1998, p. 16) o jogo é essencial na vida da criança,
constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento
infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem
transformar a realidade e classificou-os em: jogos de exercícios de
zero a 2anos; jogos de símbolos de 2 a 7anos; e jogos de regras a
partir dos 7anos.
Para
Vygotsky (1998, p. 21), diferentemente de Piaget, o desenvolvimento
ocorre ao longo da vida e as funções psicológicas superiores são
construídas ao longo dela. Ele não estabelece fases para explicar o
desenvolvimento como Piaget e para ele o sujeito não é ativo nem
passivo: é interativo. Segundo ele, a criança usa as interações
sociais como formas privilegiadas de acesso a informações: aprendem
a regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não como o
resultado de um engajamento individual na solução de problemas.
Desta maneira, aprende a regular seu comportamento pelas reações,
quer elas pareçam agradáveis ou não.
Afirma
que as maiores aquisições de uma criança são conseguidas através
do ludico no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu
nível básico de ação real e moralidade. Para Piaget (1998,
p. 19) a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades
intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável à prática
educativa.
Na
visão interacionista de Vygotsky, a brincadeira, o jogo, é uma
atividade específica da infância, em que a criança recria a
realidade usando sistemas simbólicos. Essa é uma atividade social,
com contexto cultural e social.
As
brincadeiras que são oferecidas à criança devem estar de acordo
com a zona de desenvolvimento em que ela se encontra, desta forma,
pode-se perceber a importância do professor conhecer a teoria de
Vygotsky.
Segundo
Teles (1999, p. 32) brincar se coloca num patamar importantíssimo
para a felicidade e realização da criança, no presente e no
futuro. Brincando, ela explora o mundo, constrói o seu saber,
aprende a respeitar o outro, desenvolve o sentimento de grupo, ativa
a imaginação e se auto realiza. Brincar
é um momento de auto expressão e auto realização. As atividades
livres com blocos e peças de encaixe, as dramatizações, a música
e as construções desenvolvem a criatividade, pois exige que a
fantasia entre em jogo. Já o brinquedo organizado, como os jogos,
quebra-cabeça,
dominó e outros,
constituem
um desafio que promove a motivação e facilita escolhas e decisões
à criança.
Fortuna
(2003, p. 20) em estudos realizados sobre aprendizagem e
desenvolvimento infantil, afirma que quando a criança chega à
escola, traz consigo toda uma “pré-história”, construída a
partir de suas vivências, grande parte delas através da atividade
lúdica. Segundo a autora, o jogo tem mudado muito no decorrer do
século. É necessário resgatar os jogos tradicionais, aqueles
transmitidos de forma expressiva de uma geração a outra, fora das
instituições oficiais, nas ruas, nos parques, nas praças e outros
locais. Jogos que são incorporados pela criança de forma
espontânea, variando as regras de uma cultura a outra, mudando a
forma, mas não o conteúdo do jogo tradicional.
A
mesma autora acrescenta ainda que é fundamental que o professor
tenha conhecimento do saber que a criança construiu na interação
com o ambiente familiar e sociocultural, para formular sua proposta
pedagógica.
Mas
afinal qual a importância do jogo e o que esperamos quando usamos os
jogos no processo educacional formal em sala de aula?
O
jogo é muito importante porque promove a aprendizagem, seja ela
informal ou formal. O jogo, o brincar e a brincadeira acontecem
dentro e fora da escola.
A
supervisão escolar orienta que, quando propomos um jogo , além dos
objetivos cognitivos a serem alcançados, de acordo com SANTOS,
(1998, p. 49) espera-se que as crianças sejam capazes de:
Respeitar
limites – desenvolver hábitos atitudes, respeitar o outro,
melhorar o comportamento social, trabalhar a competição como parte
e não como essência do jogo (saber perder e ganhar);
Socializar
– aprender a viver e conviver em sociedade, criando vínculos
verdadeiros com os colegas, ampliando o sentimento de grupo, gerando
um ambiente de colaboração e cooperação, promovendo relações de
confiança entre todos os aprendentes;
Criar
e explorar a criatividade – o jogo proporciona o desenvolvimento do
pensamento criativo e do pensamento divergente, gerados pela
criatividade, e desse modo nossos alunos podem inovar e descobrir
formas para se relacionarem com a aprendizagem;
Interagir
– criar uma real interação envolvendo o sujeito e o objeto de
aprendizagem, de forma alegre e lúdica, gerando vetores em todos os
sentidos;
Aprender
a pesquisar (aprender a aprender) – desenvolver nos aprendentes o
gosto pela busca, pela iniciativa e pela tomada de decisões.
A
palavra jogo é de origem latina, significando “gracejo”. Daí a
importância da alegria na ação de jogar!
Devemos
falar de jogos que atribuam um estímulo ao crescimento, ao
desenvolvimento cognitivo, aos desafios ao viver, não de jogos que
prormovam a competição entre pessoas, que levam somente a derrota
vitória. Todo jogo pode ser usado para muitas crianças, mas sobre a
inteligência será sempre pessoal e impossível de ser generalizada.
(CARVALHO, 2003, p. 42)
Como
se pode observar, o jogo ajuda no desenvolvimento infantil e é um
fator decisivo na aprendizagem de forma geral. O supervisor orienta
ainda que, para garantir maior interação envolvendo o professor e o
aluno, fundamento para a conquista d objetos educacionais na educação
escolar, infantil e fundamental, deve o professor trabalhar com as
atividades lúdicas e os jogos como algo importante para alcançarem
seus objetivos de aprendizagem.
3
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O
jogo deve ter sempre um caráter desafiador para o educando,
acompanhado de um planejamento educacional, bem elaborado que consiga
unir a teoria com a pratica com objetivos propostos pelo educador,
pois o jogo por si só não permitirá o desenvolvimento e a
aprendizagem, mas sim a ação de jogar é que desenvolve a
compreensão. Mas também no lúdico é importante que o aluno seja
percebido como ele é, mesmo apresentando dificuldades, e que o
programa de atividades esteja voltado para atender suas necessidades.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não
pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto
lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e
cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado
interior fértil, facilita os processos de socialização,
comunicação, expressão e construção do conhecimento.
O
supervisor escolar em parceria com o professor regente se torna capaz
de desafiar o aluno para um mundo mágico, capaz de levar o aluno ao
mundo da imaginação e transformando essa prática num aprendizado
constante. Os alunos quando deparam com uma aula prática com muitos
jogos e brincadeiras ele participa das atividades propostas com
prazer e determinação, tendo um bom desempenho e melhor
aprendizado, pois a teoria e a pratica precisam estar sempre juntas.
Através do lúdico o aprendizado é feito continuamente e vai aos
poucos se transformando em um saber definitivo.
No
processo da educação o papel do professor é de suma importância,
pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa
das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do
conhecimento.
Comprovou-se
também a importância do lúdico em sala de aula, como suporte
importantíssimo para que o professor possa ter sucesso em sua
pratica pedagógica, levando o aluno a sentir prazer e gosto pelo ato
de aprender através de jogos e brincadeiras, como ferramenta
facilitadora da aprendizagem; embora não seja um recurso amplamente
utilizado nas atividades rotineiras da escola, devido a falta de
incentivo por parte dos governantes e algumas vezes por rejeição
dos educadores, que estão acostumados ao tradicional, tendo
dificuldades de inserir em sua proposta pedagógica o lúdico como
ponto de partida para elaboração de sua pratica pedagógica..
Para
finalizar, é importante ressaltar como as observações do
supervisor escolar favoreceram na construção deste artigo, uma vez
que contribuíram para o conhecimento do cotidiano da sala de aula,
percebendo que quando o educador trabalha com o lúdico, levando o
aluno a construir o seu conhecimento através de sua vivencia,
levando e oportunizaram melhor aproximação entre a teoria e
prática.
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1
Pós-Graduanda em Supervisão,
Orientação e Inspeção Escolar. Instituto Superior
Tupy.conceicaopositivo@hotmail.com
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