sexta-feira, 29 de maio de 2015

Falando um pouquinho do autismo:
 Gostaria de contribuir falando um pouco sobre o diagnóstico precoce... (autismo)
Quanto mais cedo a criança iniciar o tratamento do autismo, mais chances ela tem de sucesso. Isso se traduz em maiores probabilidades de ter um bom desenvolvimento intelectual, podendo tornar-se mais independente e realizar conquistas e melhor qualidade de vida. Mas isso acontece apenas em 30% dos casos, segundo os especialistas. O diagnóstico precoce, que permitiria o tratamento desde cedo, pode ajudar a aumentar esse número. O diagnóstico de uma criança como autista não é uma tarefa fácil, mas ainda assim, está melhor do que estava anos atrás. Alguns sinais são muitos sutis e podem passar despercebidos, levando os pais a buscar ajuda muito tempo depois que o transtorno começou a se manifestar. Além disso, existem dezenas de subtipos da transtorno em diferentes graus, do mais leve ao mais severo.

Uma das maiores dificuldades em se diagnosticar o autismo reside justamente na falta de informação: a família geralmente não sabe quais são os sinais a que deve estar atenta e quando procurar ajuda profissional. Muitas vezes os pais subestimam esses sinais, tomando-os como coisas “típicas da idade” ou “apenas uma fase”.
No entanto, a maioria das crianças autistas podem ser reconhecidas logo no primeiro ano de vida. Se os pais estiverem atentos aos sinais de autismo e a criança for encaminhada antes dos três anos de idade, o tratamento será muito mais eficaz.
Os primeiros sinais

De acordo com Chris Bueno (do site IG em http://delas.ig.com.br/filhos/diagnostico-precoce-e-fundamental-no-tratamento-do-autismo/n1597729738168.html):

O primeiro sinal é a falta de contato visual. O bebê não olha nos olhos da mãe; seu olhar fica vagando, sem se fixar. Outros sinais de alerta são a falta de resposta de bebê a estímulos do ambiente – ele não dá “tchauzinho”, não manda beijos, não se vira quando é chamado, assim como raramente sorri ou balbucia. Também é comum que uma criança autista não goste de ser tocada, esquivando-se e até mesmo tornando-se agressiva para evitar o contato físico.

Existem também outros sinais, como a criança preferir o isolamento e agir como se fosse surda. A criança não responde ao próprio nome e não se importa com barulhos, além de engajar-se em comportamentos repetitivos, como mover os braços para cima e para baixo, enfileirar objetos ou olhar fixamente para objetos que giram, como rodas de carros e ventilador.

A criança ainda pode apresentar “angústia em situações aparentemente normais, dificuldades frente a mudanças, rigidez corporal, pouca expressão de dor, auto-agressão e agressão aos outros que o cercam”.

É importante notar que esses sinais são comuns em autistas, mas não é necessário apresentar todos para ter o trasntorno. Tampouco a criança que apresenta alguns desses aspectos é autista. É preciso ficar atento à frequência com que ocorrem e procurar um especialista para que o diagnóstico seja feito.
15 sinais comuns do autismo
1. Pouco ou nenhum contato visual
2. Dificuldade de relacionamento e tendência ao isolamento
3. Aversão ao contato físico, reagindo muitas vezes com agressividade
4. Repetições de sílabas ou palavras isoladas e sem contexto
5. Manipulação de objetos fixos e circulares, aparentemente sem finalidade
6. Rodopios com o corpo ou membros como os braços
7. Risos e gritos inapropriados
8. Observação fixada em máquinas e aparelhos domésticos que se movimentam e rodopiam, como ventiladores e motores em geral
9. Aparição de angústia em situações aparentemente normais
10. Dificuldades frente a mudanças e de ser contrariado
11. Pouca expressão de dor
12. Cheirar ou lamber os brinquedos, fixação inapropriada em objetos
13. Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina
14. Age como se estivesse surdo, não respondendo a comandos ou não atendendo ao próprio nome
15. Auto-agressão e agressão aos outros que o cercam
Sucesso do tratamento
O autismo não tem cura. Mas um autista pode se desenvolver, tornar-se independente e se relacionar com outras pessoas, embora seja preciso um tratamento demorado – em muitos casos, para a vida toda – e levado a cabo por uma equipe multidisciplinar. Psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, médicos e profissionais da educação são alguns dos especialistas que fazem parte da equipe.
Um dos fatores responsáveis pela vantagem do tratamento precoce é a plasticidade do cérebro, mais apto a se adaptar até os três anos da criança, a partir dos estímulos recebidos. Assim, quanto mais estímulos a criança autista receber nessa fase, mais ela poderá se desenvolver.
Outro é que, depois dessa idade, os sintomas já podem estar cristalizados, dificultando a intervenção. Quando as crianças chegam para o tratamento  os problemas estão mais sedimentados, o que dificulta a intervenção, pois muito tempo foi perdido. É necessário trabalhar com a criança a partir dos primeiros sinais perceptíveis, para evitar que a doença evolua e até mesmo se agrave.
Mas não significa que diagnóstico tardio seja sinônimo de “tarde demais”. Mesmo que os sinais de autismo sejam detectados depois dos três anos (o que acontece na maioria esmagadora das vezes), ainda pode-se ter uma grande evolução. “Iniciar um tratamento tardio não é sinônimo de insucesso”. Muitas crianças, adolescentes e adultos autistas obtêm resultados terapêuticos excelentes independentemente da idade e do histórico que tenham. O que não pode é ficar sem ajuda.
Profa Juliana.

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