Girassóis
e Miosótis
O
girassol é flor raçuda, que enfrenta até a mais violenta
intempérie e acaba sobrevivendo.
Ela
quer luz e espaço e em busca desses objetivos, seu corpo se contorce
o dia inteiro.
O
girassol aprendeu a viver com o sol e por isso é forte.
Já
o miosótis é plantinha linda, mas que exige muito mais cuidado.
Gosta
mais de estufa.
O
girassol se vira… e como se vira!
O
miosótis quando se vira, vira errado.
Precisa
de atenção redobrada.
Há
filhos girassóis e filhos miosótis.
Os
primeiros resistem a qualquer crise:
descobrem
um jeito de viver bem, sem ajuda.
As
mães chegam a reclamar da independência desses meninos e meninas,
tal a sua capacidade de enfrentar problemas e sair-se bem.
Por
outro lado, há filhos e filhas miosótis, que sempre precisam de
atenção.
Todo
cuidado é pouco diante deles.
Reagem
desmesuradamente, melindram-se, são mais egoístas que os demais, ou
às vezes,
mais
generosos e ao mesmo tempo tímidos, caladões, encurralados.
Eles
estão sempre precisando de cuidados.
O
papel dos Pais é o mesmo do jardineiro que sabe das necessidades de
cada flor,
incentiva
ou poda na hora certa.
De
qualquer modo fique atento.
Não
abandone demais os seus girassóis porque eles também precisam de
carinho…
e
não proteja demais os seus miosótis.
As
rédeas permanecem com vocês… mas também a tesoura e o regador.
Não
negue, mas não dêem tudo que querem: a falta e o excesso de
cuidados matam a planta…
*
Autoria de José Fernandes de Oliveira
“
Pe. Zezinho”
Semeando
Grãos
Cuida-se
da semente, observando o solo onde será plantada.
Cuida-se
da semente afofando a terra, depositando-a lentamente no chão, como
se estivesse depositando ali um tesouro.
Cuida-se
da semente, cercando-a de toda a atenção necessária à germinação…
Cuida-se
então da plantinha, germinada, para que ao crescer dê flores que
encantem aos mais exigentes observadores…
Cuida-se
da planta florida, para que seus frutos sejam tenros, saborosos…
Cuida-se
ainda, para que o fruto tenha em seu interior a continuidade da vida:
(Alseni
das Chagas Vieira Lima )
A
SEMENTE.
Sejamos
pois, sementes, quando queremos perpetuar
o
que há de melhor em nós.
Sejamos
flores, quando e onde estivermos e houver necessidade do perfume do
otimismo e do encantamento.
Sejamos
frutos quando encontrarmos outro ser humano carente de atenção e
carinho, alimentando-o com nossa presença amiga.
Sejamos
pois, seres humanos em todos os sentidos para que a nossa simples
presença possa brotar em cada aflito a possibilidade de uma saída;
em
cada pessimista a esperança adormecida; em cada um o dom de ser a
cada dia mais feliz.
A
SOMA DOS TALENTOS
SE
A NOTA DISSESSE:
“NÃO
É UMA NOTA QUE FAZ UMA MÚSICA.”
…
NÃO HAVERIA SINFONIA.
SE
A PALAVRA DISSESSE:
“NÃO
É UMA PALAVRA QUE PODE FAZER UMA PÁGINA.”
…
NÃO HAVERIA LIVRO.
SE
A PEDRA DISSESSE:
“NÃO
É UMA PEDRA QUE PODE MONTAR UMA PAREDE.”
…NÃO
HAVERIA CASA.
SE
A GOTA DISSESSE:
“NÃO
É UMA GOTA DE ÁGUA QUE FAZ O RIO.”
…NÃO
HAVERIA O OCEANO.
SE
O GRÃO DE TRIGO DISSESSE:
“NÃO
É O GRÃO QUE PODE SEMEAR O CAMPO.”
…NÃO
HAVERIA COLHEITA.
SE
O HOMEM DISSESSE:
“NÃO
É UM GESTO DE AMOR QUE PODE SALVAR A HUMANIDADE.”
JAMAIS
HAVERIA JUSTIÇA E PAZ, DIGNIDADE E FELICIDADE NA TERRA DOS HOMENS.
COMO
A SINFONIA PRECISA DE CADA NOTA,
COMO
O LIVRO PRECISA DE CADA PALAVRA,
COMO
A CASA PRECISA DE CADA PEDRA,
COMO
A COLHEITA PRECISA DE CADA GRÃO DE TRIGO,
A
HUMANIDADE INTEIRA PRECISA DE TI,
ONDE
ESTIVERES, ÚNICO E, PORTANTO, INSUBSTITUÍVEL.
COMO
O FUTURO DO NOSSO PAÍS, PRECISA DA EDUCAÇÃO,
A
FAMÍLIA E ESCOLA PRECISAM ESTAR JUNTAS, PARA
COMPARTILHAREM
A ALEGRIA DO SUCESSO.
OBRIGADO
POR ESTARMOS JUNTOS, SOMANDO TALENTOS, MULTIPLICANDO SORRISOS,
COMPARTILHANDO ALEGRIAS.
ANTES
QUE ELES CRESÇAM
Há um período em que os pais
vão ficando órfãos de seus próprios filhos.
É que as crianças crescem
independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros
estabanados.
Crescem sem pedir licença à
vida.
Crescem com uma estridência
alegre e, às vezes com alardeada arrogância.
Mas não crescem todos os
dias, de igual maneira, crescem de repente.
Um dia sentam-se perto de você
no terraço e dizem uma frase com tal maneira que você sente que não
pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Onde é que andou crescendo
aquela danadinha que você não percebeu?
Cadê a pazinha de brincar na
areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro
uniforme do maternal?
A criança está crescendo num
ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está
agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas
cresça, mas apareça…
Ali estão muitos pais ao
volante, esperando que eles saiam esfuziantes e cabelos longos,
soltos.
Entre hambúrgueres e
refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com uniforme de
sua geração.
Esses são os filhos que
conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das
colheitas, das notícias, e da ditadura das horas.
E eles crescem meio
amestrados, observando e aprendendo com nossos acertos e erros.
Principalmente com os erros
que esperamos que não se repitam.
Há um período em que os pais
vão ficando um pouco órfãos dos filhos.
Não mais os pegaremos nas
portas das discotecas e das festas.
Passou o tempo do ballet, do
inglês, da natação e do judô.
Saíram do banco de trás e
passaram para o volante de suas próprias vidas. Deveríamos ter ido
mais à cama deles ao anoitecer para ouvirmos sua alma respirando
conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os
adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, posters,
agendas coloridas e discos ensurdecedores.
Não os levamos
suficientemente ao Playcenter, ao shopping, não lhes demos
suficientes hamburgueres e refrigerantes, não lhes compramos todos
os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado.
Eles cresceram sem que
esgotássemos neles todo o nosso afeto.
No princípio iam à casa de
praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas,
piscinas e amiguinhos.
Sim havia as brigas dentro do
carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem
fim.
Depois chegou o tempo em que
viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois
era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.
Os pais ficaram exilados dos
filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente,
morriam de saudades daquelas “pestes”.
Chega o momento em que só nos
resta ficar de longe torcendo e rezando muito para que eles acertem
nas escolhas em busca da felicidade.
E que a conquistem do modo
mais completo possível.
O jeito é esperar: qualquer
hora podem nos dar netos.
O neto é a hora do carinho
ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode
morrer conosco.
Por isso os avós são tão
desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho.
Os netos são a última
oportunidade de reeditar o nosso afeto.
Por isso é necessário fazer
alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.
(Affonso
Romano de Sant’Anna)
JUNTOS CONSTRUÍMOS
Um
colocava o tijolo,
Outro
passava a massa.
Um
era desesperança,
Outro
levava esperança.
Um
fugia do futuro,
Outro
contava o presente.
Um
queria parar,
Outro
ajudava a andar.
Assim,
trabalhando,
Juntos
seguiam.
Forças
somadas,
Trabalhos
divididos,
Destinos
confundidos.
Juntos
seguiam
Assim
trabalhando.
Olhei
os dois pedreiros:
Um
pondo o tijolo.
Outro
alisando a massa.
Um
remoendo tristezas,
Outro
descobrindo alegrias.
Os
dois trabalhando.
Construindo
juntos.
E
a casa subindo… subindo.
Casa
pronta. Beleza de casa!
Os
dois se abraçam:
-
Não foi fácil?
-
Fácil porque você me fazia
andar
quando eu queria parar.
-
Obrigado companheiro.
Afinal,
JUNTOS
CONSTRUÍMOS
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