domingo, 7 de junho de 2015

O processo de inclusão de um (a) aluno (a) atípico no contexto regular mitos e verdades.

Diante de um encontro com o pai da aluna Thaynara Micaelly Garonci, sexo feminino, 21 anos, atualmente matriculada no 6º ano Ensino Fundamental da Escola Municipal Marcio Andrade Guerra (atendendo alunos do 1º ao 9º ano e a EJA), com a  aluna da UNB/UAB e professora do AEE (Atendimento Educacional Especializado), Conceição Ferreira Leite e com a representante da equipe diretiva professora Ioni ( Vice-diretora), esta equipe se reuniram para discutir assuntos referentes o processo de inclusão da referida escola. Nosso objetivo diante daquele encontro é discutir sobre o processo de inclusão, seus avanços e desafios.
Tivemos a oportunidade de ouvir um depoimento que acabou se tornando um desabafo do pai de nossa aluna senhor Alfranio, sobre a sua visão quanto ao processo de inclusão, como também conhecer os anseios e aprendizados da escola diante do processo de inclusão no ensino regular.
A escola repassou como é feita a inclusão dos alunos atípicos, como eles são recebidos, alguns impactos inquietações por parte dos professores ao receber este aluno sem estar preparado para este novo modelo de ensino (onde as crianças atípicas são inseridas no ensino regular). Diante das palavras da representante da escola, a inclusão esta sendo um momento novo para todos, visto que no ano de 2014 a professora que atuava no AEE, por motivos de saúde quase não conseguiu trabalhar, portanto não aconteceram os atendimentos como deveriam acontecer. Neste sentido estão vivenciando um momento novo na escola, basicamente um começo, mas acreditam que na inclusão e que a escola estava com os espaços físicos (rampas, banheiro adequado), já pensando nas melhorias e qualidade de vida para receber os alunos atípicos.
No caso do pai da aluna Thaynara, ele faz questão de nos repassar que poderia divulgar o nome, fotos, vídeos e sua filha, pois ele por ser pai de uma criança especial precisa muito deste trabalho e que sente orgulho de mostrar sua filha, nunca sentiu vergonha e nem medo da mesma ser discriminada, ele acredita que o caso dela precisa ser divulgado para que muitos pais possam conhecer a sua limitação (ela era uma criança típica ate os 14 anos) e ver como é a vida de uma criança atípica, que mesmo com todas as suas limitações é muito feliz e que os pais aprenderam a conviver a NE da filha com muita calma e dedicação. “Não é fácil, no inicio, sofremos muito, mas hoje ela é uma benção em nossas vidas” (palavras do pai). 
Thaynara hoje com 21 anos, mas com características e aspectos de 12 anos, era uma criança típica, hoje perdeu 90% de suas limitações, não fala, caminha com muitas dificuldades, mas devido à insistência dos pais é uma pequena gigante que necessita de 100% de acompanhamento, neste sentido ela só frequenta o AEE da referida escola, por não ter condições físicas e psicológicas para frequentar o ensino regular (amparada por lei). Segundo o pai o primeiro momento de inclusão da filha na escola foi os pais fazerem uma visita à escola e conversar sobre a filha, suas limitações e cuidados, para em seguida conhecer os profissionais que irão recebê-la para posteriormente fazer sua matricula. LEVANDO EM CONTA que a deficiência pode dar origem a situações de discriminação, pelo qual é necessário propiciar o desenvolvimento de ações e medidas que permitam melhorar substancialmente a situação das pessoas portadoras de deficiência no Hemisfério (MEC).
Ele nos repassa que nosso país esta muito distante de ser um pais inclusivo, está muito aquém das perolas que exibem para todos em se tratando de inclusão.  Ele percebe que as escolas têm feito a sua parte, recebe a criança tentando oferecer o melhor, mais infelizmente tudo se transforma em uma verdadeira utopia, pela falta de profissional qualificado para desempenhar a verdadeira inclusão no contexto escolar. Muitas vezes é imposto ao professor um aluno atípico, sem que ele tenha conhecimento de sua NE e não saber o que fazer com este aluno, ele é educador, esta preparada para exercer sua função, mas em seu currículo não consta educação inclusiva e neste sentido é complicado você deparar com uma turma de 25 alunos sendo um atípico, o primeiro momento é de extrema inquietação, que com o tempo pode ou não passar.
Segundo o pai o profissional para trabalhar com a educação inclusiva, precisa estar preparado para ela (precisa de formação especifica), não estes pequenos cursos de uma semana, onde os governantes fazem a maior publicidade, mas no final acaba tudo como era antes, não basta ter vontade é preciso ter formação e experiência para este novo modelo de ensino. Este pai é um grande defensor da bandeira da inclusão, luta por direitos e melhorias nas leis, no atendimento, e principalmente por um olhar diferenciado por parte dos governantes.
Considerações finais.
 Diante de todas essas argumentações acredito que não adianta apenas leis, é necessário que se tenha uma visão ampla da realidade educacional do país, apesar de se falar em educação para todos, temos analisar como essa educação vem acontecendo e se ela está realmente preparada para incluir a todos sem deixar lacunas no que se refere a um trabalho para a diversidade.
Ainda temos muito que aprender, estamos apenas engatinhando diante deste novo processo de educação, “INCLUSÃO”, estamos tentando acertar, mas não cabe somente aos pais, equipe diretiva e os professores, tentarem fazer a inclusão é preciso muito mais, principalmente fazer acontecer e respeitar as leis, principalmente quando se trata da inclusão de NEE, no contexto do ensino regular. É muito fácil, acreditar que está tudo muito bom, quando na realidade estamos enfrentando dificuldades, discrinação e desrespeito  neste contexto.
 Conclui-se que o nosso papel enquanto educadores e compreender o que a escola deve “passar” em se tratando de aprendizado para estas pessoas, com NEE, favorecendo todos os aspectos de desenvolvimento para contemplar as diferenças, ou seja, fazer com que a escola supra suas deficiências em prol ao desenvolvimento de processos ensino e aprendizagem única e heterogênea.
Referencias bibliográficas:

MEC Ministério da Educação e Cultura, Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei Nº. 9.394 1996.

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