O processo de inclusão de um (a)
aluno (a) atípico no contexto regular mitos e verdades.
Diante
de um encontro com o pai da aluna Thaynara Micaelly Garonci, sexo feminino, 21
anos, atualmente matriculada no 6º ano Ensino Fundamental da Escola Municipal
Marcio Andrade Guerra (atendendo alunos do 1º ao 9º ano e a EJA), com a aluna da UNB/UAB e professora do AEE
(Atendimento Educacional Especializado), Conceição Ferreira Leite e com a
representante da equipe diretiva professora Ioni ( Vice-diretora), esta equipe
se reuniram para discutir assuntos referentes o processo de inclusão da
referida escola. Nosso objetivo diante daquele encontro é discutir sobre o processo
de inclusão, seus avanços e desafios.
Tivemos
a oportunidade de ouvir um depoimento que acabou se tornando um desabafo do pai
de nossa aluna senhor Alfranio, sobre a sua visão quanto ao processo de
inclusão, como também conhecer os anseios e aprendizados da escola diante do
processo de inclusão no ensino regular.
A
escola repassou como é feita a inclusão dos alunos atípicos, como eles são
recebidos, alguns impactos inquietações por parte dos professores ao receber
este aluno sem estar preparado para este novo modelo de ensino (onde as
crianças atípicas são inseridas no ensino regular). Diante das palavras da
representante da escola, a inclusão esta sendo um momento novo para todos,
visto que no ano de 2014 a professora que atuava no AEE, por motivos de saúde
quase não conseguiu trabalhar, portanto não aconteceram os atendimentos como
deveriam acontecer. Neste sentido estão vivenciando um momento novo na escola,
basicamente um começo, mas acreditam que na inclusão e que a escola estava com os
espaços físicos (rampas, banheiro adequado), já pensando nas melhorias e
qualidade de vida para receber os alunos atípicos.
No
caso do pai da aluna Thaynara, ele faz questão de nos repassar que poderia
divulgar o nome, fotos, vídeos e sua filha, pois ele por ser pai de uma criança
especial precisa muito deste trabalho e que sente orgulho de mostrar sua filha,
nunca sentiu vergonha e nem medo da mesma ser discriminada, ele acredita que o
caso dela precisa ser divulgado para que muitos pais possam conhecer a sua
limitação (ela era uma criança típica ate os 14 anos) e ver como é a vida de
uma criança atípica, que mesmo com todas as suas limitações é muito feliz e que
os pais aprenderam a conviver a NE da filha com muita calma e dedicação. “Não é
fácil, no inicio, sofremos muito, mas hoje ela é uma benção em nossas vidas”
(palavras do pai).
Thaynara
hoje com 21 anos, mas com características e aspectos de 12 anos, era uma
criança típica, hoje perdeu 90% de suas limitações, não fala, caminha com
muitas dificuldades, mas devido à insistência dos pais é uma pequena gigante
que necessita de 100% de acompanhamento, neste sentido ela só frequenta o AEE
da referida escola, por não ter condições físicas e psicológicas para
frequentar o ensino regular (amparada por lei). Segundo o pai o primeiro
momento de inclusão da filha na escola foi os pais fazerem uma visita à escola
e conversar sobre a filha, suas limitações e cuidados, para em seguida conhecer
os profissionais que irão recebê-la para posteriormente fazer sua matricula. LEVANDO EM CONTA que a deficiência pode dar origem a
situações de discriminação, pelo qual é necessário propiciar o desenvolvimento
de ações e medidas que permitam melhorar substancialmente a situação das
pessoas portadoras de deficiência no Hemisfério (MEC).
Ele
nos repassa que nosso país esta muito distante de ser um pais inclusivo, está
muito aquém das perolas que exibem para todos em se tratando de inclusão. Ele percebe que as escolas têm feito a sua
parte, recebe a criança tentando oferecer o melhor, mais infelizmente tudo se
transforma em uma verdadeira utopia, pela falta de profissional qualificado
para desempenhar a verdadeira inclusão no contexto escolar. Muitas vezes é
imposto ao professor um aluno atípico, sem que ele tenha conhecimento de sua NE
e não saber o que fazer com este aluno, ele é educador, esta preparada para
exercer sua função, mas em seu currículo não consta educação inclusiva e neste
sentido é complicado você deparar com uma turma de 25 alunos sendo um atípico,
o primeiro momento é de extrema inquietação, que com o tempo pode ou não
passar.
Segundo
o pai o profissional para trabalhar com a educação inclusiva, precisa estar
preparado para ela (precisa de formação especifica), não estes pequenos cursos
de uma semana, onde os governantes fazem a maior publicidade, mas no final
acaba tudo como era antes, não basta ter vontade é preciso ter formação e
experiência para este novo modelo de ensino. Este pai é um grande defensor da
bandeira da inclusão, luta por direitos e melhorias nas leis, no atendimento, e
principalmente por um olhar diferenciado por parte dos governantes.
Considerações finais.
Diante de todas essas argumentações acredito
que não adianta apenas leis, é necessário que se tenha uma visão ampla da
realidade educacional do país, apesar de se falar em educação para todos, temos
analisar como essa educação vem acontecendo e se ela está realmente preparada
para incluir a todos sem deixar lacunas no que se refere a um trabalho para a
diversidade.
Ainda temos
muito que aprender, estamos apenas engatinhando diante deste novo processo de
educação, “INCLUSÃO”, estamos
tentando acertar, mas não cabe somente aos pais, equipe diretiva e os
professores, tentarem fazer a inclusão é preciso muito mais, principalmente
fazer acontecer e respeitar as leis, principalmente quando se trata da inclusão
de NEE, no contexto do ensino regular. É muito fácil, acreditar que está tudo
muito bom, quando na realidade estamos enfrentando dificuldades, discrinação e
desrespeito neste contexto.
Conclui-se que o nosso papel enquanto
educadores e compreender o que a escola deve “passar” em se tratando de
aprendizado para estas pessoas, com NEE, favorecendo todos os aspectos de
desenvolvimento para contemplar as diferenças, ou seja, fazer com que a escola
supra suas deficiências em prol ao desenvolvimento de processos ensino e
aprendizagem única e heterogênea.
Referencias
bibliográficas:
MEC Ministério da Educação e Cultura, Leis de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional Lei Nº. 9.394 1996.
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